Essa semana o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, aprovou medidas para proibir carros a combustão a partir de 2035. A mesma lei também foi aprovada na União Europeia. De acordo com especialista, tais medidas são essenciais para reduzir o preço e popularizar o segmento dos elétricos; confira detalhes.
Carros elétricos serão mais acessíveis com a inclusão de políticas públicas
Recentemente, o Garagem360 noticiou medidas que visam a proibição dos carros a combustão tanto na União Europeia, bem como no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, a partir de 2040.
Dentro desse cenário, a reportagem procurou especialistas para falar sobre o assunto. De acordo com Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa de eletromobilidade que atua no Brasil, tais medidas são necessárias tanto para impulsionar o setor, bem como para baratear o segmento.
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O especialista explica que sem políticas públicas ativas, a expansão dos veículos é mais dificultosa. “Isso [a popularização dos elétricos], não acontece de um dia para o outro, não acontece sem que haja uma mão condutora sobre eles”, afirma David.
Ricardo ainda ressalta que o barateamento dos carros elétricos depende de dois fatores essenciais: escala de produção e políticas públicas que realmente façam sentido. Para ele, isenção de tributos, bem como de rodízio são fatores que não impulsionam a popularização do segmento.
Outro fator que deve entrar na conta é a capacidade de produção local, característica que seria responsável por reduzir o custo final dos veículos eletrificados. Porém, no Brasil, ainda não há investimento fabril.
Ricardo afirma que o país tem capacidade mineral para a produção de baterias de veículos elétricos, porém ainda falta investimento industrial para o desenvolvimento do segmento.
A conta fica ainda mais positiva para o lado brasileiro se considerar que 86% da energia usada no país é proveniente de fontes renováveis, como a hidrelétrica, solar e eólica.
De acordo com ele, o país tem capacidade mais do que o suficiente para ser protagonista da eletromobilidade global, porém, ainda falta muito investimento de políticas públicas. Porém, falta o impulso governamental.
“Se ficarmos do jeitos que estarmos hoje, duvido que em 2040 teremos um carro elétrico com preço acessível no Brasil. (…) Somos um dos 10 maiores mercados automobilísticos do mundo, temos parque nacional, temos essa características de fontes renováveis.
Com esses fatores e a inclusão de políticas públicas de incentivo, teremos condições de popularizar o segmento.”
Ele conclui o raciocínio afirmando que “países da Europa, bem como China e Estados Unidis já estão avançados nos planos de eletromobilidade e que não podemos [o Brasil] ficar de fora dessa hegemonia.”
Eletromobilidade tem que estar aliada aos fatores socais
O especialista também comenta que o maior acesso aos veículos elétricos se dará através de leis que incentivam outros mercados, como a de ônibus elétricos, por exemplo.
Ele ressalta que a eletromobilidade não deve ser restrita ao segmento de carros de luxo, como é o que acontece hoje, onde os carros puramente elétricos mais vendidos do país atendem da classe média alta para cima.
David afirma que a inclusão de ônibus de propulsão elétrica seria responsável por diminuir as tarifas cobradas, uma vez que haveria o corte de gastos com combustíveis. Algo que já acontece em outros países da América Latina, por exemplo, como Colômbia, Chile e México.
Outro mercado que seria beneficiado com a popularização do setor é o de transportes, uma vez que o preço do frete também poderia ser reduzido, o que consequentemente diminuiria o preço do produto final.
Carros elétricos podem diminuir gastos com a saúde
Ele também ressalta que a descarbonização em massa da frota nacional também seria responsável por reduzir investimentos em outros segmentos, como a saúde.
Os investimentos do Governo no trato de doenças respiratórias causadas pela poluição dos grandes centros urbanos é um dos gastos que tendem a cair com a popularização dos elétricos.
Previsão otimista
O sócio-diretor da Elev tem uma visão otimista para o mercado de carros elétricos. Para ele, estamos em um momento decisivo sobre o futuro da eletromobilidade, e caso os novos governantes do país auxiliem no desenvolvido de políticas públicas que facilitam a popularização do setor, o segmento será economicamente mais acessível até o fim da década.
Híbridos podem ser o meio, mas não o fim
Ele também ressalta que por mais que haja vantagem nos carros híbridos, eles não podem ser o foco, uma vez que as dez grandes marcas da indústria automotiva global, e que atuam no país, pensam em projetos de nível mundial, e que desenvolver uma pesquisa e desenvolvimento de carros que foquem no uso de propulsão mista vantajosa somente em alguns mercados não será algo viável.
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“A partir do momento que o indivíduo começa a fazer conta, ele passa facilmente a optar pelo elétrico puro. A taxa de crescimento dos VEs em relação ao total dos eletrificados vêm crescendo a cada dia, principalmente entre os utilitários, onde as empresas já enxergam a nítida vantagem.”
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