Encantado com a beleza das araras-azuis, um voluntário resolveu que, mesmo que de forma solitária, faria um trabalho de preservação da espécie em Goiás, depois de descobrir que havia ali aves que procriaram espontaneamente. Tanta dedicação tem dado resultados, já são pelo menos 40 casais da espécie, criadas a partir das ações dele.
Nunes D’Acosta adotou uma série de medidas para proteção das araras-azuis, como alimentação nas árvores favoritas das aves, campanhas de conscientização e preservação da espécie, além de instalar 30 ninhos artificiais na região e Aurilândia, a 8 quilômetros de Goiânia, em Goiás.
“Essas estruturas são construídas com pedaços de madeira encontrados em lixões e outros locais, onde as aves procuram materiais para construir seus ninhos”, disse Nunes, que contou ter se inspirado em José Hidasi, que criou Museu de Ornitologia de Goiânia.
Trabalho árduo
Os ninhos artificiais e as ações se concentram, sobretudo na região de Aurilândia, em Goiás. A estimativa é que existam de 40 a 50 casais de araras-azuis na região.
“Ao instalar casinhas artificiais próximas umas das outras, um ninho pode ser disputado por 5 a 6 casais de araras, o que demonstra a alta demanda por locais seguros de nidificação”, disse o voluntário.
Medidas adotadas
Para manutenção do trabalho árduo de preservação das araras-azuis, o voluntário estabeleceu as seguintes ações:
Alimentação: a presença de coqueiros de guariroba, bacuri e baruzeiros, que fornecem alimento para as aves.
Proteção e Conscientização: fazendeiros locais se conscientizaram e passaram a proteger as árvores que oferecem alimentos e locais de nidificação para as araras.
Combate ao Tráfico de Animais: com apoio dos fazendeiros, houve uma redução no tráfico de animais na região, contribuindo para a preservação da espécie.
Risco de extinção
As araras-azuis estão classificadas como uma espécie vulnerável na lista Vermelha da IUCN (International Union for Conservation of Nature).
Segundo a plataforma SALVE do Instituto Chico Mendes de Conservação da biodiversidade, no Brasil há 256 espécies ameaçadas de extinção.
Leia mais notícia boa
História da espécie
Há aproximadamente um século, a arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) era uma visão comum nos céus do Pantanal, Maranhão e Goiás.
Porém, com o avanço do desmatamento, as árvores que elas utilizavam se tornaram escassas, afetando imensamente as aves.
Recentemente, foram descobertos apenas oito ninhos naturais de arara-azul na região próxima a Firminópolis e Aurilândia.
As araras-azuis são aves sociais que vivem em família, bandos ou grupos. É difícil encontrá-las sozinha em vida livre.
Chegam a medir até 1 metro (da ponta do bico a ponta da cauda), sendo a maior espécie no mundo da família Psittacidae. Quando adultas, podem pesar até 1,3 kg.
Elas têm plumagem na cor azul-cobalto, degradê da cabeça para a cauda, sendo preta a parte inferior das penas das asas e cauda. Há um amarelo bonito ao redor dos olhos (anel perioftálmico), pálpebras e na pele nua em torno da base da mandíbula, conforme reportagem do Jornal Opção.
Fonte: sonoticiaboa