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Universitários criam jogo inovador para combater o Alzheimer com inspiração familiar

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Com a diminuição das visitas por causa do isolamento social na pandemia, a estudante de medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Karen Ribeiro, de 21 anos, notou a progressão do Alzheimer da sua avó Belkiss, de 80. Ela apresentou mais dificuldades no reconhecimento dos familiares, além de estar apática com mais frequência.

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O agravamento da doença motivou a Karen, a se juntar aos colegas de curso Pedro Murad, de 22 anos, e Evelize Behrens de 24, e a Iagor de Carvalho e Marco Pryzbyz, ambos com 21 anos, e que são estudantes de engenharia elétrica e mecatrônica, respectivamente, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Todos tiveram experiência com familiares diagnosticados com Alzheimer e esse foi o fator motivador para que criassem um jogo que melhorasse e aumentasse a interação dos pacientes, e assim frear a progressão da doença.

O primeiro projeto da Cuca Jogos, marca criada pelos jovens, a sair do papel, foi um quebra cabeça, em tamanhos A5 (8 a 16 peças) e A4 (24 peças), personalizado com uma foto da família. “Temos muito cuidado na escolha da foto. É que para não gerar ruído na visão do paciente e facilitar a identificação dos familiares, além de retirarmos o fundo, precisamos que a imagem enviada tenha poucas pessoas, para que se possa enxergar os rostos de forma clara”, conta Karen.

O jogo tem a finalidade de estimulação cognitiva, como forma de tratamento para o Alzheimer, já que apenas o tratamento farmacológico não é 100% efetivo. Segundo Karen, a medicação ajuda a retardar a progressão da doença, porém cada paciente precisa ter a estimulação do cérebro, para que continue ativo, com novas conexões e preservando as antigas.

As memórias a longo prazo são as últimas a serem esquecidas, como as coisas que se fazia na infância e adolescência e até mesmo nome de filhos. E é por isso que o jogo busca trazer essas recordações que se somam ao estímulo cognitivo do cérebro.

Resgate da memória familiar

Portadora de Alzheimer em estágio intermediário para avançado, Shirley Ana Dalla Costa, de 83 anos, não consegue montar quebra-cabeças comuns. Isso se deve à morosidade no entendimento das peças e que era para ser entretenimento acaba deixando-a mais irritada.

Mas, diferentemente de outras ocasiões, após ganhar o quebra-cabeça da Cuca Jogos, do neto Leonardo, Shirley conseguiu finalizar a montagem, ainda que com ajuda, porque queria ver a foto da família completa. “O jogo foi bastante importante como forma de exercício mental para minha avó. É que tendo uma foto dela com os filhos, ela se motiva a tentar montar e contar histórias que se recorda de cada um da família”, conta ele.

Além dos rostos da família, o jogo contribui para prevenção da prosopagnosia, ou seja, a incapacidade de reconhecer os rostos conhecidos, muito comum no Alzheimer. “O jogo evita ou retarda o esquecimento dos rostos, fazendo com que o paciente continue lembrando dos laços da família. Além de contribuir na questão espacial, de coordenação e cognitiva”, explica Karen.

Como adquirir?

Além dos familiares e cuidadores de pacientes com Alzheimer, os jogos também podem ser adquiridos por terapeutas ocupacionais, para contribuição no processo terapêutico. É possível incluir no material questões sobre as pessoas da foto, como nome, profissão, grau de parentesco, conforme o grau do estágio do Alzheimer. Os interessados podem adquirir o quebra-cabeça através do site www.cucajogos.com ou na página do Instagram.

Fonte: semprefamilia.com.br

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Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo