Pelo menos 8.868 animais silvestres foram resgatados na região de Brasília e entorno, após uma campanha intensa do Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal (BPMA). Em dois anos quase 9 mil bichinhos foram tratados e depois devolvidos à natureza.
Desses, 631 estavam feridos e 464 eram filhotes. Muitos eram vítimas de tráfico, criação clandestina e maus-tratos.
“Nossa preocupação é com o animal e a preservação do meio ambiente, protegendo a fauna e a flora”, afirmou o coronel Fábio Pereira, comandante do BPMA.
Ranking dos animais resgatados
O ranking dos animais silvestres resgatados é liderado pelas aves. As espécies mais encontradas nos últimos dois anos foram os canários da terra (964), baianos (545) e periquitos do encontro (282).
Entre os mamíferos, os saruês estão entre as principais vítimas. Conforme o batalhão, foram resgatados 1.718 saruês, 86 macacos sagui e 75 capivaras.
Na lista de répteis, os destaques são as jiboias (298), cascavéis (190) e cobras cipó (85). “Se estão arredios, entendemos que faz parte do comportamento animal e seguimos com a soltura”, disse o coronel Fábio Pereira.
Assim que resgatados, os animais podem ser soltos na natureza ou encaminhados ao centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas-DF) do Ibama, onde recebem tratamento médico.
cuidados especiais
Só em 2021 foram resgatados 4.229 animais. Em 2022, foram 3.928 animais. De janeiro até o começo deste mês, houve 711 resgates.
Para o tratamento, há os Cetas, locais mantidos pelo Ibama aptos a receber os animais apreendidos, resgatados ou entregues espontaneamente pela população e pelos órgãos públicos.
Todos os animais recebidos passam por avaliação veterinária e, a depender da situação, são encaminhados ao ambulatório para administração de medicamentos e outros procedimentos.
Os animais aptos são soltos e os não aptos são encaminhados a cativeiros conservacionistas autorizados pelo Ibama.
Os casos clínicos mais críticos podem ser atendidos no Setor de Animais Silvestres no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (HVET-UnB), que tem um Acordo de Cooperação Técnica com o Cetas-DF, ou em clínicas veterinárias parceiras, como a Anclivepa e Zootopia, que prestam atendimentos eventuais.
O Zoológico de Brasília também atende a mamíferos de grande porte, a pedido do BPMA.
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Reinserção na natureza
Após alta veterinária, os animais são realocados em recintos mais adequados para cada espécie e passam por nova avaliação clínica e comportamental.
“É importante observar a adaptação alimentar de cada indivíduo, assim como a capacidade de voo e predação, fatores decisivos para a reintrodução do animal na natureza”, disse a chefe do Cetas no DF, Marília Gama.
O tratamento também inclui exercícios com enriquecimento ambiental, considerados essenciais para a reabilitação dos bichos.
Os animais aptos são soltos e os não aptos (inclusive em razão de lesões permanentes e irreversíveis) são encaminhados a cativeiros conservacionistas autorizados pelo Ibama.
Denúncias
É importante denunciar! Suspeitas de tráfico e de criação clandestina, maus-tratos e o aparecimento de animais silvestres em áreas urbanas podem ser registrados pelo Disque 190 e pelos telefones (61) 3190-5190 e 99351-5736.
O anonimato é garantido.
Com informações da Agência Brasília
Fonte: sonoticiaboa