Mães e pais de filhos LGBTQIA+ distribuíram abraços na 28ª Parada LGBT+, em frente ao MASP, na Avenida Paulista, neste domingo, 2, em São Paulo.
Segurando cartazes com os dizeres ‘Abraço de Mãe’ e ‘Abraço de Pai’, o movimento arrancou lágrimas de muita gente que foi celebrar o amor e a diversidade.
“É para levar amor mesmo, para quem não tem esse carinho em casa, e que está no processo de aceitação”, contou a nutricionista Virgina Siqueira, uma das mães presentes. A 28ª Parada LGBTQIA+ reuniu mais de 70 mil pessoas e contou com 16 trios elétricos.
Amor e acolhimento
A cena surpreendia quem passava pelo local. Aqueles que não tiveram o apoio dos pais ao assumirem a orientação sexual, pelo menos ali, sentiam um pouco de carinho.
Para Cleide Gomes Cabral, uma das voluntárias da iniciativa, além dos abraços, as mães e pais estavam lá para apoiarem quem precisa de compreensão.
“Um abraço é meu apoio para as pessoas que querem apenas a felicidade. Que querem viver da forma que querem viver. A vida é uma vela, daqui a pouco o vento apaga e estamos aqui para apoiar quem tem coragem de lutar contra essa sociedade”, disse.
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Sensação de conforto
E quem recebeu os abraços disse que a sensação foi a melhor possível.
André Luís Sievert, educador infantil de 26 anos, participou pela primeira vez da Parada Gay, e mesmo tendo uma relação boa com a mãe, amou o acolhimento.
“Sei que sou privilegiado. Isso traz uma sensação de conforto, porque muita gente não tem isso”, afirmou.
Parada em família
A 28ª Parada também foi marcada em peso pela presença de diversas famílias.
Fábio Carrara, de 43 anos, e o marido, Felipe Dias, de 39, estavam com os filhos Miguel e Helena, de 11 meses.
“Esta é a primeira Parada como família. Viemos para honrar e celebrar o legado de quem veio antes, lutou e morreu para que pudéssemos estar aqui”, explicou Fábio.
A orgulhosa mamãe Bianca Dray, de 52 anos, também participou da Parada pela primeira vez. Ela estava acompanhando o filho Gustavo.
“Tenho muito orgulho do meu filho e quero celebrar com ele”, contou.
Resgatando o verde-amarelo
O tema deste ano foi “Basta de Negligência e Retrocesso Legislativo – Vote Consciente por direitos da população LGBT+”. E os organizadores pediram que os participantes usassem o verde-amarelo.
Além disso, durante todo o evento, trios elétricos mostraram a importância de incentivar discussões sobre a necessidade de ter representantes que acolham as demandas da população LGBT+ no Congresso Nacional.
Homofobia é crime
O termo homofobia é definido pela rejeição a população LGBTQIA+.
No Brasil, não há uma lei específica para homofobia, mas em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF), identificou que casos de homofobia e transfobia se enquadram na lei do racismo.
Assim, no artigo 20 da Lei do Racismo, a pena para quem comete este crime é de um a três anos de reclusão.
Caso haja divulgação do ato em meios públicos, como redes sociais, a pena pode aumentar para cinco anos.
Com informações de G1.
Fonte: sonoticiaboa