Um ano e meio de conflitos deixa um rastro de dores e tragédias, mas um casal, formado por uma ucraniana e um refugiado russo, resolveu se unir para salvar vítimas da guerra. Juntos, do lado da paz, eles já resgataram 11 pessoas, que foram levadas para local seguro.
O inusitado da parceria é que se trata de um casal que mora em Doylestown, Pensilvânia, nos Estados Unidos. Anastasiya Veli é ucraniana, Orhan Veli é russo e conhece a realidade de ser um refugiado.
A ucraniana e o russo tiveram ajuda dos vizinhos para a missão de salvar as vítimas. A comunidade doou roupas, comida, cadeiras e ajuda para os refugiados. Mas quem assumiu a frente foram os dois.
Resgate das vítimas
Anastasiya e Orhan disseram não se conformar com o que viam na televisão, as imagens de destruição da guerra, daí decidiram que poderiam agir e fazer algo para melhorar pelo menos um pouco a situação.
“Essa situação horrível, horrível, realmente destaco tanta bondade que veio à tona. E acredito que a maioria das pessoas provavelmente pensa nisso da maneira como encaramos toda essa situação”, afirmou Orhan.
O russo disse que lembra perfeitamente da infância quando a família mudou para os EUA e o pai mantinha o status de refugiado. Passados os anos, Orhan tem uma vida tranquila e estável.
“[Nós] temos algo que permite que você ajude outras pessoas”, disse ele. “É um pequeno círculo excelente que se une e ajuda.”
Como conseguiram
O casal fez a mobilização a partir do programa do governo dos EUA chamado de Uniting for Ukdraine, um projeto de apoio para os refugiados ucranianos.
Inicialmente, a ucraniana Anastasiya preencheu um formulário para levar da Ucrânia para os Estados Unidos a prima e a filha dela.
Ao final, Anastasiya, Orhan e os filhos resgataram 11 vítimas da guerra, a prima, a filha dela e outros conhecidos.
As imagens mostram nos rostos o alívio dos resgatados.
Ajuda com emprego
O casal não só salvou essas 11 pessoas, como ajudou a abrir contas bancárias, obter carteiras de motorista e encontrar emprego.
Orhan disse que o que ouviu de Sasha, uma das vítimas, foi bem expressivo. “Ele me disse: ‘Não preciso de tempo. Preciso começar a trabalhar’”, resumiu ele sobre a ansiedade dos imigrantes.
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Fugiu do Azerbaijão
O russo Orhan se recorda da própria história pessoal, quando aos 11 anos, a família fugiu do Azerbaijão após a separação da União Soviética, que gerou na época também um clima de guerra.
“Eu era uma criança sem nada. Meus pais não tinham nada. E aos poucos fomos capazes de construir isso”, disse.
O pai de Orhan, com status de refugiado, deixou a carreira de engenheiro e se tornou motorista, entregador de pizza e fez pequenos serviços até se estabilizar nos Estados Unidos.
Já adulto, Orhan conheceu a ucraniana Anastasiya, que se mudou da Ucrânia para os EUA quando criança. O casal teve três filhos.
A guerra
A guerra envolvendo a Ucrânia e a Rússia começou em fevereiro quando o governo russo determinou a ocupação de uma área que pertencia aos ucranianos.
Os conflitos intensos provocaram mais de 200 mil mortos dos dois países e pelo menos 300 mil feridos. O número de vítimas aumenta diariamente.
A maior parte dos governos estrangeiros reage com veemência às ações do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Há uma ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional contra Putin. Ele é acusado de crimes de guerra.
Para a Procuradoria do Tribunal Penal Internacional, o russo foi o responsável pela deportação ilegal de centenas de crianças ucranianas para adoção na Rússia.
Com informações da CBS TV
Fonte: sonoticiaboa