Nós já publicamos aqui na Gazeta do Povo que falar em “mamanhês” com seu bebê pode soar como música para os ouvidos dele. A fala cheia de manha, com diferentes tons, intensidades e inflexões, faz com que as primeiras palavras saiam com mais facilidade. Mas, se o seu filho já está na fase de formar frases mais elaboradas é bom trocar a “caminha” e o “mamazinho” por expressões mais “maduras”, que acompanhem o raciocínio dele.
“Culturalmente, a criança é vista como um ser sem capacidade, pequeno, e isso nos leva a diminuir as palavras também”, explica a pedagoga Marianna Canova, diretora do Peixinho Dourado Berçário e Educação Infantil. Daí surge o “papazinho” e a “carninha”, entre outras reduções. “Mas se você diminui as coisas que são relativas à criança, ela acaba se sentindo incapaz de evoluir também”, pondera a especialista.
Para a pedagoga, acreditar no potencial do seu filho e transmitir isso por meio da linguagem é fundamental para estimular a autonomia dele, além da própria fala. “Lembre-se sempre daquela máxima de que a criança repete tudo o que está à sua volta”, sugere.
Como saber quando é a hora certa de parar com o mamanhês?
A fonoaudióloga Mauren Sordi Munhoz, ouvida pelo Sempre Família, orienta que por volta dos dois anos de idade a criança já deve estar soltando as primeiras palavras. “Se até os dois anos e meio ela ainda fica só no ‘hã’, apontando, e sem se comunicar, já é recomendado uma avaliação profissional”, disse.
Segundo a especialista, cabe os pais, no entanto, estimular os filhos para que não fiquem preguiçosos para falar. “Quando os pais fazem tudo pela criança, é comum que ela se acomode e acabe tendo um atraso na aquisição da linguagem em função disso”. Por isso, é tão importante “provocar” a criança. “Use: ‘O que que você quer, meu filho?’, ‘Como é o nome disso?’, em vez de entregar o objeto que ela quer logo de cara”, indica.
Outra dica é estimular o pensamento junto com a construção da linguagem. É a velha tática de responder uma pergunta com outra pergunta. Por exemplo: “Mãe, o que é isso? ” e a resposta: “O que você acha que é? ”. “Muitas vezes a criança até sabe a resposta, mas fica insegura esperando a confirmação dos pais”, explica.
Dicas para estimular a fala:
– Nomeie objetos, partes do corpo, alimentos e sempre descreva para que servem
– Incentive o contato visual e brinque com seu filho
– Faça caretas, encha bexigas e ande descalço: acredite, essas são práticas simples que auxiliam no desenvolvimento como um todo
Quando procurar uma especialista?
Estimular a fala é, sim, um papel que compete aos pais, mas também não é uma missão que precisam carregar sozinhos. Aos cinco anos, Heitor Dalpiaz Torezan faz sessões de “fono” há um ano e sete meses e a mãe tem visto muitos resultados positivos. “No começo eu achei que ele era apenas um ‘cara fechado’. Ele era super independente, ia atrás de tudo, então eu não sentia essa necessidade [de procurar uma especialista]. Achava que ele ia desenvolver a fala conforme fosse crescendo”, contou Juliana Caetano Dalpiaz Torezan.
A mãe também revelou que foi a escola que percebeu a dificuldade que o menino enfrentava diariamente com os coleguinhas e orientou que procurasse ajuda. “Houve muita melhora em quase dois anos. E eu digo que as sessões ajudaram ele não só a se comunicar, como socializar também. Hoje, ele é uma criança completamente diferente. Eu vejo ele uma criança muito mais feliz, ele fala com todo mundo”, afirmou.
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Fonte: semprefamilia.com.br