Nós sabemos o quanto é prejudicial a exposição excessiva das crianças às telas e que é extremamente necessário que elas sejam motivadas a brincar sozinhas, com os amigos ou com a família.
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Contudo, devemos levar em consideração que as medidas tomadas para impedir a disseminação da Covid-19, como a paralisação das aulas presenciais e o distanciamento social, têm feito com que as crianças precisem estar conectadas por muito mais tempo.
Desde março de 2020, os smartphones e computadores ganharam um lugar de destaque na vida dos adultos, como sendo os principais meios pelos quais eles têm feito a manutenção de vínculos e mesmo trabalhado. E com as crianças não foi diferente, já que a conversa com os avós, com os amiguinhos da escola e inclusive as aulas, estão nesse mundo virtual.
“Todos estamos vivenciando as dificuldades do momento, inclusive as crianças. Nosso papel de pais, familiares e educadores é de cuidar delas de maneira que os impactos da pandemia sejam suavizados e que elas possam passar esse momento com leveza e esperança, garantindo sempre aquilo que é natural da infância”, orienta Sibele Maria Dal Col Guimarães, coordenadora pedagógica da Educação Infantil do Colégio Marista Paranaense.
Equilíbrio
Apesar de grandes facilitadores neste momento em que todos precisam permanecer o maior tempo em casa, os equipamentos eletrônicos não podem substituir outros aspectos essenciais para um desenvolvimento infantil saudável. “Assim, equilíbrio é fundamental para que a tecnologia seja utilizada com respeito, ética, segurança, de maneira saudável e educativa”, reforça Sibele.
Ela relembra, ainda, que o tempo de exposição às telas deve ser limitado de acordo com a faixa etária da criança e sempre com supervisão dos adultos, que é importante não utilizar equipamentos digitais no momento das refeições ou antes de dormir e que oferecer outras alternativas de diversão para as crianças como exercícios físicos, música e brincadeiras, irão auxiliar no desenvolvimento cognitivo das pequenas.
Atividades offline
Sibele orienta que o ideal seria que a criança desenvolvesse outras atividades não relacionadas à exposição às telas, quando não estiver em meios tecnológicos, para continuidade dos estudos e manutenção dos vínculos familiares. “Em momentos em que os pais estão dedicados a permanecer com a criança é importante que as ensinem a brincar com independência oferecendo brinquedos ou jogos, adequados à faixa etária, como jogos de montar, de encaixe, quebra-cabeças bem como carrinhos ou bonecas que permitam o jogo simbólico”, sugere.
Segundo a pedagoga, quanto mais a criança exercitar o brincar, a regra do jogo e a criatividade maior será sua autonomia. Isso favorecerá significativamente que a criança se mantenha entretida, com outros elementos que não necessariamente ligados a tecnologia, enquanto os pais realizam as suas atividades.
Isso acontece porque as crianças estão em processo de desenvolvimento e formação, sendo necessário experiências variadas para criar repertório de conhecimento motor, sensorial, afetivo, social, cognitivo e de linguagem, criado por interação ativa da criança com o meio ambiente, conforme explica a terapeuta ocupacional Fernanda Monteiro. “A criança precisa que todos os seus sentidos, movimentos e atenção possam explorar os espaços e interagir com outras pessoas, por isso o equilíbrio entre o tempo de telas, o brincar e a interação com a família é fundamental”, acrescenta.
Para que seja possível estabelecer todos os momentos importantes para o desenvolvimento da criança, Fernanda indica:
Muitas vezes tarefas próprias do cotidiano são excelentes fontes de distração para as crianças, dependendo da maneira como forem realizadas. Sibele sugere atividades que possam ser realizadas em família e são diversão garantida: “para os pequenos, opções como criar um brinquedo com objetos reaproveitados ou ainda brincadeiras antigas como a amarelinha; para os mais velhos, jogos de tabuleiro ou cartas ou realizar uma receita culinária promovem a diversão e ainda ampliam os laços familiares”, finaliza.
Fonte: semprefamilia.com.br