O avanço da tecnologia já tem chegado dentro das fazendas. A pecuária tem presenciado isso através de fotos de pastagens, feitas com drone, que se transformam em informações para auxiliar os pecuaristas na tomada de decisões. Assim, podem garantir que o pastejo dos animais ocorra no momento certo e ainda, melhora a produtividade.
A fazenda Santo Antônio do Ouro Branco, em Juscimeira, sudeste de Mato Grosso possui 2,5 mil hectares e é especializada na criação de reprodutores da raça nelore. Na propriedade também é feita a terminação dos animais que vão para o frigorífico. Atualmente, o rebanho chega a 4,5 mil cabeças.
Tecnologia para o manejo de pastagens é o tema do MT Sustentável desta semana.
O gerente da propriedade, Mario Lima, conta que as decisões tomadas são sempre voltadas às boas práticas visando a sustentabilidade. E uma delas é a integração de sistemas para os quais são destinados 700 hectares de lavoura.
“Isso auxilia muito. Ajuda a pecuária porque a gente tem o capim na época crítica da fazenda. Então a gente faz essa integração soja, capim ou milho capim. Assim conseguimos produzir e ajudar na parte da recria”, destaca.
E quando o assunto é capim, a fazenda possui aproximadamente 1,3 mil hectares de pastagens perenes. Uma parte é dividida em módulos para rotação – cinco no total com 40 hectares cada.
A variedade do capim é o Zuri, que possui boa produção e alto valor nutritivo. É sobre estes módulos que há cerca de um ano, semanalmente, um drone sobrevoa e fotografa as pastagens.
Drone substituiu ferramentas antigas
O drone entra na propriedade para substituir uma ferramenta de régua usada para medir a altura do pasto. A diferença, com a tecnologia, é que com o ganho de agilidade e escalabilidade do drone, é possível monitorar mais áreas em menos tempo.
O engenheiro agrônomo, Guilherme Portes, também é doutor em ciência animal e pastagens e é o desenvolvedor do KonectPasto que utiliza inteligência artificial para transformar imagens de drone na altura do pasto.
“É uma ferramenta tecnológica de manejo para auxiliar na tomada de decisão de equilibrar a oferta e demanda de forragem, fazendo com que a forragem seja bem conduzida e colhida durante o pastejo”, explica Guilherme.
Ele ainda comenta que as pesquisas em torno deste desenvolvedor, mostram que o bom manejo incrementa de 20% a 30% o ganho de peso, e de 30% a 40% a taxa de lotação. Em trabalhos recentes, foi mostrado que reduz a emissão de gases do efeito estufa entre 20% a 30%.
Paulo Zini, coordenador técnico que faz parte da equipe que treina o pessoal da fazenda para o uso do sistema, informa sobre os gráficos que resultam das imagens feitas pelo drone.
“A gente tem o relatório de recomendação que mostra qual a capacidade de suporte daquele módulo. Ele indica quantas Uas você consegue trabalhar naquela semana para poder manter o equilíbrio de oferta e demanda de forragem. Ele indica se tem necessidade de retirar os animais e passa quantos animais precisa retirar ou adicionar naquele módulo, conforme o estoque de forragem que tem naquele dia”, pontua.
Para que a tecnologia fosse aplicada na propriedade, mais de 16 mil animais foram validados dentro do KonectPasto. O ganho diário girou em torno de 900 gramas por animal/dia.
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Fonte: canalrural