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Agronegócio

‘Trouxemos para nosso lado pessoal que era escravizado pelo MST’, diz Bolsonaro

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou novamente que agricultores sem terra eram “escravizados” pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

“Geraldo Melo, do Incra, fez um trabalho fantástico na titulação de terras com 370 mil títulos distribuídos. Trouxemos para nosso lado pessoal que era escravizado pelo MST. Eles passaram a ser cidadãos e a ter dignidade e se transformaram em agricultores familiares”, disse Bolsonaro, na abertura do Encontro Nacional do Agro, promovido pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília (DF).

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“Eles sabem que aquilo (terra) será dele. Sabem que quando passar um ônibus na frente da sua posse não terá que entrar naquele ônibus para invadir uma fazenda”, acrescentou.

Ele disse que durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) houve uma invasão de terra por dia, enquanto na sua gestão passou para quatro por ano.

“E fazemos isso sem usar força, com titulação. Fizemos com pessoas escolhidas por critérios técnicos”, afirmou.

Marco temporal

Ainda sobre o MST, Bolsonaro voltou a dizer que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin foi advogado do movimento “por muito tempo” enquanto falava sobre o novo marco temporal.

“Estava tudo na Constituição de 1988 até o Fachin, que foi advogado do MST por muito tempo, dizer que marco da constituição não vale e que tem de ser feito novo marco temporal. Isso quer dizer que se o índio chegar na fazenda de vocês, vocês perdem a fazenda. O ministro Kássio (Nunes Marques) empatou o jogo e está em vistas com Alexandre de Moraes”, afirmou.

Bolsonaro disse, ainda, que se o marco for aprovado a demarcação de área indígena no Brasil será dobrada. “Se isso for dobrado, acabou o agronegócio. Pela localização geográfica dessas rotas, se tira do agro uma área do tamanho do Estado de São Paulo”, afirmou, mencionando que está trabalhando para que o marco temporal não seja aprovado. “É um crime de lesa-pátria. Fiquem tranquilos que eu sei o que tem de ser feito”, disse.

Lula

O presidente Jair Bolsonaro voltou a se referir ao ex-presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como bêbado que quer dirigir o Brasil.

“A proposta de regulação da produção agrícola o cara já tirou do programa de governo. Malandro como sempre. Sem caráter. Um bêbado que quer dirigir o Brasil”, disse Bolsonaro.

Bolsonaro repetiu que questionou aos banqueiros em reunião recente na Febraban se aceitaram um funcionário que os roubou oito anos depois para trabalhar com eles novamente.

“É óbvio que não (empregariam de novo). O Brasil é uma Ferrari ou melhor que isso. Se botar uma pessoa com certos vícios para pilotar a Ferrari, ela vai capotar na primeira curva. O Brasil só não capotou porque é muito grande”, afirmou. Ele disse que o Brasil foi “assaltado” por 14 anos. “Está aqui o presidente da Petrobras e já vimos melhoras, mas ela ao longo de 14 anos foi endividada em R$ 900 bilhões, fruto de corrupção, roubalheira e loteamento político de diretorias. Algo semelhante (ocorreu) no BNDES com empréstimos a ditaduras”, afirmou.

Bolsonaro afirmou, sem citar Lula, nominalmente, que ele vivia de amores com Fidel Castro e Evo Morales. “Vimos há pouco uma cartinha em defesa da democracia. Olha quem assinou por último: o cara que vive ou vivia de amores com Fidel Castro, Hugo Chávez, Nicolas Maduro, Evo Morales e Néstor Kirchner. Em época de campanha, pessoal vira bonzinho”, afirmou.

Armas

Para mais de 3,5 mil agricultores, o chefe do Executivo citou decretos editados durante seu governo que facilitaram a compra de armas e repetiu o bordão. “Povo armado jamais será escravizado”. “Por isso, comprem suas armas”, emendou Bolsonaro.

O presidente afirmou que pede a Deus “força para resistir” e “coragem para decidir”, ao defender seu governo. “Não vou chegar a 23 ou 24 e dizer ‘o que foi que eu não fiz para o Brasil chegar a essa situação? Que isso custe a minha vida. Vamos perder para narrativas? Para três ou quatro que assumiram cargos e se acham deuses?”, disse, em crítica velada a ministros do STF.

“Nossa liberdade é sagrada e não tem limites, não tem esse papinho de fake news”, continuou o presidente da República. “Ah, vai para a ponta da praia”, disse Bolsonaro, ao falar de acusações de fake news, numa referência a um lugar de execuções durante a ditadura militar, na Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro.

CNA defende Bolsonaro

O presidente da CNA, João Martins, disse que o país não pode voltar a ser governado por uma “equipe corrupta e incompetente” e convocou os produtores a fazerem campanha por Bolsonaro em todo o país.

“Os senhores sinalizaram bem claro que não tem mais espaço nesse país para uma equipe corrupta e incompetente. E muito menos o retorno de um candidato que foi processado e preso como ladrão. Nós queremos construir um Brasil do amanhã. Não só de ter orgulho de ser brasileiros, mas construir um país para o nossos filhos e nossos netos. Isso só será possível se nós tivermos a coragem de fazer com que, na próxima eleição, sejam eleito um Congresso responsável e comprometido com as grandes reformas e um presidente que de continuidade ao que nós estamos vivendo hoje”, disse Martins.

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