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Agronegócio

Trabalho dos engenheiros na certificação ambiental de alimentos

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A certificação de alimentos, como banana, morango e cacau exige boas práticas agrícolas e o envolvimento de toda a cadeia. O sétimo episódio da quarta temporada da série Agronomia Sustentável explora os bastidores desse importante trabalho e a atuação de engenheiros que garantem que tudo transcorra de forma correta.

Nos últimos anos, o Brasil aumentou significativamente a produção de comida com a utilização de novas tecnologias. Os selos de certificação garantem a procedência desses produtos. A coordenadora de Produção Integrada Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Rosilene Souto, explica que na área de produção agrícola, existem diversas certificações.

“A nossa certificação é de adesão voluntária e leva o selo ‘Brasil Certificado: Agricultura de Qualidade’. Essa certificação tem a chancela do Ministério da Agricultura e do Inmetro. Então é extremamente técnica e tem diversos benefícios para o produtor que a utilizar”, conta.

Segundo ela, trata-se de uma ferramenta ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável. “Todo o gerenciamento da propriedade vai beneficiar o produtor, que vai ter redução de custos e manter-se no mercado que está cada vez mais exigente e, assim, vai ter um diferencial em seu produto”, explica.

Para obter o selo, o primeiro passo é estar em conformidade com a legislação sanitária. De acordo com Rosilene, isso envolve a utilização de boas práticas agrícolas, o foco no manejo integrado de pragas, bem como menor uso de defensivos. “Assim, ele [o produtor] vai otimizar a sua produção, diminuindo o uso de insumos, água e energia”.

Produção na Capital Nacional do Morango

morango certificação

Foto: Reprodução Canal Rural

A equipe do Agronomia Sustentável foi até Atibaia, interior de São Paulo, cidade conhecida como a Capital Nacional do Morango. A Embrapa é o braço científico do Mapa na região e cria e atualiza as normas técnicas que regem a certificação.

A engenheira agrônoma Fagoni Fayer explica que a certificação é voluntária, mas o produtor que deseja aderir precisa passar por auditorias que comprovem a adequação da produção. Segundo ela, o selo Brasil Certificado é único para todas as culturas.

O presidente da Associação dos Produtores de Morango de Atibaia, Osvaldo Maziero, conta que a redução de agroquímicos na produção é fundamental para a obtenção da chancela.

Já Fagoni lembra que a norma vigente da certificação, o protocolo de produção, foi publicada no final de 2021. “A norma tem todas as áreas temáticas, que vão desde a escolha das mudas até à assistência técnica, e tem grupos de procedimentos obrigatórios, recomendados e proibidos. Isso vem publicado no Diário Oficial da União e é o que a certificadora vai observar se o produtor está adotando no campo ou nos documentos”.

Assim, a certificadora vai até o campo em períodos de safra e avalia, entre outros quesitos, a existência de placas de identificação, a limpeza do local, a rastreabilidade, toda a documentação e se existe um técnico responsável acompanhando todo o cultivo. “Esse técnico é formado em produção integrada e vai fazer todas as orientações para que a planta tenha o equilíbrio para ter menos incidência de pragas e doenças e, se acontecer qualquer coisa, ele que vai dar as orientações que estejam dentro das normas”, afirma a engenheira.

Maziero, por sua vez, conta que o técnico visita periodicamente os produtores de Atibaia, acompanhando-os com o caderno de campo. “Se temos dúvidas, recebemos orientação”.

Cuidados com a banana

banana certificação

Cuidados no processamento da banana. Foto: Reprodução Canal Rural

O programa Agronomia Sustentável também visitou a Bahia. O estado é segundo maior produtor de banana do país, atrás apenas de São Paulo. A maior parte da fruta produzida por lá é destinada ao mercado interno, mas com a certificação, o mercado internacional tem aberto as portas.

“Hoje temos uma parceria com a Argentina, que recebe cerca de 2% de nossa produção, e buscamos através da certificação também atingir o mercado europeu. As práticas que fazemos é a utilização correta de adubos químicos, de defensivos, além de redução desses insumos, o manejo com biológicos para o controle de pragas. Com todas essas operações, vamos oferecer para o consumidor uma garantia alimentar”, garante o engenheiro agrônomo Dener Arcanjo.

A Fazenda Santa Helena, no oeste da Bahia, por exemplo, levou anos para se adequar às regradas da certificadora e conseguir atender o mercado europeu. O principal quesito que precisa ser comprovado é a produção sustentável da fruta, respeitando a saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores envolvidos.

O engenheiro de produção Alan Marques é o responsável pelo gerenciamento de pós-colheita da banana nanica. Ele conta que é preciso selecionar frutas que estejam dentro da especificação que o cliente exige, o que envolve limpeza e ausência de danos, como arranhões. “Na logística, trabalhamos com fruta refrigerada. Temos o trabalho de fazer com que a fruta saia daqui em uma temperatura, seja transportada assim e chegue ao seu destino na mesma temperatura”.

Manejo do cacau rumo à certificação

cacau brasileiro concorre em prêmio internacional

Foto: Ministério da Agricultura

A mesma fazenda também dedica parte de sua área para a produção de cacau, que desde o início é pensada para garantir a obtenção do selo de qualidade. A estudante de agronomia Angélica Guimarães afirma que o cacau era considerado uma planta unicamente de sombra, mas descobriu-se que também é capaz de atingir alta produtividade em ambiente de sol.

Ela conta que há o cuidado com a utilização racional de água, defensivos e fertilizantes. “Também temos o auxílio do cultivo de braquiária em consórcio com a cultura [cacau], porque ela protege o solo de toda a degradação física, além de ajudar no controle de plantas daninhas e, com isso, na redução de uso de herbicidas”.

Segundo ela, independente da cultura que almeja a certificação, o trabalho do engenheiro é parecido, já que ele observa e garante os cuidados com o social, ambiental, segurança do trabalho, uso racional de água

O programa Agronomia Sustentável é uma realização do Conselho Federal e Regional de Engenharia e Agronomia (Confea e Crea), Mútua e Canal Rural. Os episódios vão ao ar na TV aos sábados, às 9h, com reprise no domingo, às 7h30 (horários de Brasília), mas também podem ser conferidos na página do site.

Fonte: canalrural

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