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Agronegócio

Soja: 90% dos inoculantes biológicos comprados no país são voltados à cultura

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plantação de soja

Inoculantes na soja. Foto: ção Satis

O de insumos biológicos ultrapassou a marca de 90 milhões de doses de inoculantes comercializadas na última safra, segundo dados da Associação Nacional de Produtores e Importadores de Inoculantes (Anpii). E as lavouras de soja têm se mostrado terreno fértil a essa expansão.

Isso porque a utilização de microrganismos em diversas culturas ganhou ainda um impulso extra nos últimos meses devido ao cenário de instabilidade na oferta internacional e da alta dos fertilizantes químicos, especialmente os nitrogenados.

A inoculação é um de biofertilização, em que são adicionados às sementes microrganismos que buscam trazer benefícios às plantas. Essas bactérias, ou fungos, são capazes de capturar os macro ou micronutrientes que já encontram-se presentes no solo ou no ar e transformá-los em uma composição que possa ser melhor fixada pela planta, garantindo maior absorção desses elementos e, consequentemente, maior desenvolvimento.

Fixação biológica de nitrogênio

O tipo de inoculação mais utilizado é à base de Bradyrhizobium, uma bactéria que promove a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). No entanto, existem também inoculantes que utilizam outros tipos de bactérias ou fungos, com atuação destacada para a fixação de diferentes elementos ou , como para solubilização de fósforo contido no solo. Acredita-se que 70% do fósforo lançado fica preso no solo e a planta não o absorve.

“Além deste fornecimento de nutrientes a baixo custo, diminuindo ou eliminando a necessidade de fertilizantes químicos, muitos inoculantes estimulam ainda a produção de hormônios de crescimento nas plantas, maior desenvolvimento do sistema radicular e, por consequência, melhoria da resistência das plantas a situações de estresse hídrico ou climático. Além disso, oferecem também defesa natural à planta, produzindo antibióticos para protegê-la contra doenças e infecções”, conta a gerente de produtos biológicos da Vittia, Cibele Medeiros.

Inoculantes na soja

A pesquisadora destaca que além das elevadas produtividades nas culturas de leguminosas, os inoculantes também têm se mostrado poderosos aliados em outras lavouras, como as de trigo e aveia.

“Em todas essas culturas já temos comprovação de alta eficiência, mas na sojicultura os resultados são ainda mais evidentes. É uma característica própria da soja e da associação que estabelece com as bactérias inoculadas. Uma relação simbiótica de alta eficiência”, explica. De acordo com a Anpii, das mais de 90 milhões de doses comercializadas na safra 2020/21, aproximadamente 80 milhões foram usadas na cultura da soja, ou seja, aplicações na cultura representam cerca de 89% deste mercado.

Aumento de produtividade

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Foto: Wenderson Araujo-Trilux/CNA

A adição anual do bioinsumo aumenta em mais de 8% a produtividade geral da soja, e é considerada indispensável em áreas que nunca produziram a oleaginosa ou que não são cultivadas há longos períodos.

Segundo dados da Embrapa, considerando apenas a inoculação da soja com bactérias fixadoras de nitrogênio, o Brasil economiza, anualmente, cerca de 14 bilhões de dólares, que deixam de ser gastos com fertilizantes nitrogenados.

“Mesmo com o alto investimento em pesquisa e tecnologia, são tecnologias com excelente custo-benefício ao produtor. Enquanto fertilizantes nitrogenados, como a ureia, custam em média acima de R$ 500 por hectare, os inoculantes para soja têm um custo médio aproximado entre R$ 8 a R$ 15 por hectare”, diz a especialista.

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