Apesar do cenário desfavorável em relação à safra de grãos, a expectativa está aquecida para o setor de máquinas. A meta é igualar os números da temporada anterior. De acordo com o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), cerca de 65% das máquinas e implementos agrícolas produzidos no país são provenientes das indústrias do Rio Grande do Sul.
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Para a Expodireto Cotrijal 2023, feira que ocorre ao decorrer desta semana em Não-Me-Toque (RS), a projeção é de movimentar R$ 4,9 bilhões em negócios, o mesmo volume total da edição do ano passado, que já representou um incremento de 87% em relação a 2020, edição com público presencial. Segundo o presidente do sindicato, Cláudio Bier, a motivação da estimativa otimista está no alcance que o evento estabelece com todo o país.
“Apesar da escassez de crédito e da estiagem que impacta a safra de verão gaúcha, temos que lembrar que no resto do país as safras foram boas e na Expodireto há muitos produtores de outros estados”, diz o dirigente do Simers. “A expectativa é igualar os números do ano passado, quem sabe até com o crescimento da procura por equipamento de irrigação”, destaca.
Espaço para máquinas na Expodireto 2023
No espaço reservado para as máquinas agrícolas na feira, as novidades estão relacionadas à redução de custos e à otimização de tempo de trabalho para o produtor. Uma plantadeira dobrável projetada especialmente para os solos do Sul, por exemplo, oferece menor número de linhas e melhor performance nas áreas acidentadas, proporcionando profundidade homogênea de deposição de sementes e melhora na qualidade de plantio.
A tecnologia de tal maquinário é oferecida com níveis de distribuição de peso personalizáveis, que pode ser definida conforme a área. A plantadeira fica com 3,6 metros, sem a necessidade de desmontagem de qualquer componente, podendo passar por porteiras e pontes com facilidade e segurança. O tempo de abertura e fechamento é de menos de 1,5 minuto, proporcionando agilidade no deslocamento da máquina ou no trabalho em diferentes áreas da propriedade, resultando em aumento de tempo de plantio.
“Como ela é uma plantadeira que tem adubo e semente, eu consigo já trabalhar com plantio normal, plantio direto. Eu tenho deslocamento linha a linha, então onde já foi plantado a plantadora não vai plantar, tem uma economia de semente muito grande e a semente quanto mais tecnológica mais cara ela é, é um insumo caro para o agricultor. Então eu tenho um rendimento maior de 15% a 20% a mais de rendimento para o agricultor”, afirma Eder Pinheiro, coordenador de marketing produto tratores da Massey Ferguson.
Tecnologia em favor do agro
Outra novidade da feira é o acionamento elétrico por linha dos distribuidores de sementes plantadeiras. Essa tecnologia substitui o sistema de transmissão convencional por um motor elétrico por linha acoplado, que já faz a taxa de sementes e o corte linha a linha.
O sistema é baseado em uma nova arquitetura eletrônica que utiliza os módulos da CNH que vão fazer todo o controle das plantadeiras e gerenciar a comunicação com os monitores. O objetivo é aumentar a produtividade, o rendimento operacional e a economia de insumos. A tecnologia estará disponível a partir do segundo semestre deste ano.
“Ele vem com algumas tecnologias novas, como a compensação de curva. Imagine uma máquina que faz uma curva e regula população linha a linha. Se você tiver uma plantadeira convencional, as linhas de fora andam mais que as linhas de dentro, e como é tudo regulado pelo rodado, na plantadora normal hoje você vai ter falta de semente nas linhas de fora e excesso de semente nas linhas de dentro”, diz Rogério Miyasawa, gerente de marketing de produto da New Holland Agriculture.
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Fonte: canalrural