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Agronegócio

Produtor rural brasileiro é quem mais dedica recursos à preservação ambiental, diz chefe da Embrapa

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A sustentabilidade sob diversos ângulos foi a tônica da Abertura Nacional do Plantio da Soja – Safra 2022/23. O evento foi realizado no estado de São Paulo pela primeira vez e a Fazenda Nossa Senhora de Aparecida, do Grupo Romalure, foi a sede.

Na abertura do primeiro painel do evento, o diretor de Conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, expressou que os aspectos ambiental, de tecnologia, ciência, dados e negócios precisam fazer parte da discussão quando o assunto é sustentabilidade.

“A soja é o grande ativo do agro brasileiro. Há cerca de cinco, quatro anos, 90% de toda a produção da cultura era exportada como grão. Neste momento, estamos vendo crescer os embarques de farelo e de óleo, agregando valor à cadeia. Até a terceira semana de setembro, por exemplo, já embarcamos 1,9 milhão de toneladas de óleo de soja, número superior à exportação de todo o ano passado, quando exportamos 1,6 milhão de toneladas”, destacou.

Segundo ele, com isso, o país está mais do que dobrando a exportação de óleo em comparação há dois anos. “Contudo, isso não significa que o grão esteja recuando, mas sim crescendo em um patamar mais adequado, abrindo espaço para a indústria de soja. Isso também é sustentabilidade.”

Brasil, líder ambiental em todos os sentidos

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Da esquerda para a direita: Giovani Ferreira, Gustavo Spadotti e José Coelho. Foto: Reprodução

O chefe-geral da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti, elencou a potência ambiental entranhada em diversos aspectos do Brasil. “Nosso país possui, aproximadamente, 213 milhões de habitantes, mas alimenta cerca de 1,5 bilhão de pessoas mundo afora. Somos o único país do mundo que tem capacidade de crescer em produção alimentar com sustentabilidade nas três das únicas formas que existem: aumento de área plantada, incremento de produtividade de culturas por meio de tecnologia e aumento de produtividade da área por meio de sistemas de produção cada vez mais eficientes, já que somos líderes em plantio direto, rotação de culturas e ainda temos um futuro extremamente promissor com a integração lavoura-pecuária-floresta”, salienta.

O especialista ainda lembrou que 66% do território brasileiro é voltado à proteção, preservação ou conservação do meio ambiente, sendo que 33,2% do país é preservado pelos produtores rurais dentro de seus estabelecimentos. “É um enorme esforço não só de dedicação de terra, de área, mas também de abrir mão de custo de oportunidade […]”, afirma.

Valor bruto da preservação

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66% do território brasileiro é voltado à proteção ambiental. Foto: Agência IBGE Notícias

Segundo Spadotti, a Embrapa Territorial fez um trabalho de geoprocessamento coletando informações de cada uma das áreas que os produtores rurais preservam em suas propriedades. “Multiplicamos esse número pelo valor corrente daquela área naquele município e chegamos à cifra de R$ 3 trilhões em patrimônio fundiário imobilizado em prol do meio ambiente por parte dos produtores rurais. Nenhuma categoria profissional dedica mais tempo, recursos e, principalmente, dinheiro à preservação ambiental do que o produtor rural brasileiro”, considera.

Trazendo mais dados sobre a proteção de áreas, o chefe-geral da Embrapa explicou que entre as terras indígenas e unidades de conservação, o Brasil protege 30,3% de seu território. “Em comparação às outras nações, os grandes países protegem, em média, 11% de seu território, ou seja, o nosso índice é quase o triplo. Mesmo assim, o Brasil ‘apanha’ de quem diz que o país não protege o seu território.”

Soja e o crescimento sustentável

vagem com grão de soja

Vagem com grão de soja. Foto: Divulgação

Também integrante do painel sobre sustentabilidade do evento de Abertura Nacional do Plantio da Soja, o consultor de agronegócio José Coelho salientou que o crescimento anual de área de soja no Brasil se dá em cima de área de pastagem. “O Cerrado, onde não se imaginava que poderia se cultivar, hoje é a maior fronteira agrícola do mundo. Estamos produzindo e conservando com rentabilidade, respeito ao meio ambiente e economizando muitos milhões de hectares que, certamente, fariam falta para as futuras gerações”, declarou.

Coelho ainda destacou que a soja atua como uma melhoradora de ambiente capaz de fazer a fixação de nitrogêncio, entre outras benesses à lavoura. Portanto, segundo o especialista, São Paulo pode usar de sua tradicional força canavieira para produzir a oleaginosa. “O estado de São Paulo detém atualmente 62% de toda a produção de cana-de-açúcar do país, com área total em torno de 8,5 milhões de hectares […]. Quando temos a oportunidade de fazer a reforma do canavial, que é retirar a soqueira que está na lavoura para poder revitalizar o solo e iniciar um novo ciclo, é possível combinar com algumas plantas e um dos casamentos mais perfeitos que existem é com a soja”, afirma.

Isso se deve, segundo ele, por dois principais motivos. “Pela capacidade que o grão tem de sequestrar o nitrogênio atmosférico, reduzindo, inclusive, a dependência de adubos químicos porque o mesmo nitrogênio que se tem na ureia e no sulfato de amônia, se tem na atmosfera, mas também porque a soja ajuda a pagar a conta da reforma [do canavial]. Os produtores de cana em São Paulo viram seus custos subirem de oito, nove, dez mil reais por hectare para ‘incríveis’ R$ 14,5 mil“, exemplifica.

Veja o evento na íntegra:

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