A Polícia Civil de Mato Grosso cumpre nesta sexta-feira (4) em Sorriso e outras duas cidades do estado, além do Paraná, 24 ordens judiciais contra uma organização criminosa, na qual em 38 meses de atuação levantou cerca de R$ 70 milhões adquirido com valores lavados em atividades ilícitas. Conforme as investigações, o líder da organização agia em diversas frentes, principalmente na receptação qualificada de defensivos agrícolas e cargas de grãos roubados.
Os mandados são cumpridos nas cidades de Sorriso, Nova Canaã do Norte e Cuiabá e em Toledo (PR).
A Operação Xeque Mate foi deflagrada nesta manhã por meio da Delegacia de Sorriso, região médio-norte do estado. A operação inclui mandados com alvos de 10 prisões preventivas e 14 buscas e apreensões domiciliares, além do afastamento de sigilo e sequestro de bens.
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“A investigação apurou ainda que os defensivos agrícolas eram comprados de diversas associações criminosas especializadas neste tipo de atividade criminosa que, depois, eram revendidos a outros receptadores, que figuravam como “consumidores finais””, destaca a Polícia Civil de Mato Grosso.
Professor do ensino básico envolvido, diz Polícia Civil
Segundo a Polícia Civil, um dos integrantes foi identificado como professor de ensino básico. Declaração dele à Receita Federal apontava rendimento bruto de quase R$ 10 mil mensais, entretanto as investigações constataram em seu nome, no período de 38 meses, havia credito em suas contas bancárias a quantia de R$ 6.679.267,51.
“Ou seja, o rendimento mensal real seria de, aproximadamente, R$ 175 mil, o que foi comprovado que era oriundo de diversas fontes ilícitas, sendo uma delas o comércio ilegal de defensivos agrícolas roubados”, diz a Polícia Civil.
Compra e venda de automóveis de luxo
O crime de lavagem de dinheiro da organização criminosa teve como outra fonte a compra e venda de automóveis de luxo, por meio de pessoa jurídica.
De acordo com as investigações, um outro integrante trabalhava em uma farmácia e tinha um rendimento mensal declarado o salário de R$ 2,4 mil. Porém, o mesmo movimentou em suas contas bancárias a quantia de R$ 1. 446.857,12 milhão e reside em um imóvel no valor de R$ 500 mil.
O grupo ainda usava a compra e venda de joias para diluir o dinheiro angariado com as atividades ilícitas. “O pequeno volume e alto valor de joias, relógios e diamantes tornaram atrativa a atividade para esquentar seus ativos. Um dos integrantes da quadrilha fazia, periodicamente, a oferta de joias para venda, especificamente para traficantes”.
Além do dinheiro faturado pela empresa ser de origem ilícita, foi constatada uma diferença entre faturamento e movimentação financeira no montante de R$ 55 milhões.
As investigações comprovaram que uma empresa de comércio de veículos foi criada unicamente para a lavagem de valores da associação criminosa.
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Fonte: canalrural