O plantio do milho segunda safra em Mato Grosso atingiu 97,81% na última sexta-feira (8) e caminha para o seu fim em meio as adversidades climáticas, de custos, preços e, até mesmo, diante presenças indesejadas de pragas. Segundo informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a região sudeste é a mais “atrasada” com 93,66%.
Ao se comparar com o ciclo passado, os trabalhos seguem à frente do mesmo. Na mesma época em 2023 a semeadura no estado estava em 96,44%. Já a média dos últimos cinco anos para o período é de 95,91%.
A região médio-norte até o dia 8 de março havia levado as sementes de milho para 99,73% da área prevista. Já a norte para 98,85% da área, a noroeste 98,53% e a norte para 98,25%.
As regiões centro-sul e nordeste haviam semeado 97,78% e 97,07% de suas respectivas áreas.
Dentro da janela, mas com clima preocupante
Com o adiantamento do plantio do milho, em relação à média dos últimos cinco anos e da temporada passada, é possível observar que os produtores conseguiram levar as sementes para cerca de 90% da área prevista ainda dentro da janela ideal.
Entretanto, como destacado pelo Imea há cerca de duas semanadas, diante dos menores volumes de chuva quando comparado com a safra 2022/23, “o ponto de atenção continua sendo as condições climáticas, uma vez que o estado historicamente começa a apresentar uma redução hídrica a partir de maio”.
O Instituto salientou ainda que “além disso, com a duração do El Niño até abril, as chuvas poderão diminuir mais cedo, o que acende um alerta em relação ao desenvolvimento do milho e produtividade final da safra 2023/24”.
Preço baixo, alto custo e pragas no milho
Além do clima, que segue com chuvas irregulares, a temporada de milho em Mato Grosso segue marcada pelo baixo preço pago pela saca de 60 quilos, que não cobre o custo de produção.
A saca de 60 quilos de milho em Mato Grosso encerrou a sexta-feira (8) cotada em média a R$ 34,51 no mercado disponível. O valor é abaixo da média paga na mesma data em 2023 de R$ 58,62.
Outro fator preocupante, e que ajudam a elevar ainda mais o custo, são as presenças de insetos e pragas, à exemplo de ratos e percevejos barriga-verde nos milharais, como já comentado pelo Dia de Ajudar Mato Grosso, que reduzem ainda mais a produtividade do cereal.
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Fonte: canalrural