O plantio da soja atinge 98% da área no Rio Grande do Sul, de acordo com a Emater/RS. Na semana passada, eram 96%. Em igual período do ano passado, 97%. A média para os últimos cinco anos é de 100%.
A área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares. A produtividade estimada é de 3.131 kg/ha (52,1 sacas).
Houve a ocorrência de chuvas na maior parte das regiões produtoras, concentradas nos dias 13 e 14 de janeiro, o que deu sobrevida a cultivos afetados pela insuficiência de umidade nos solos. Contudo, na região Oeste e na faixa Central do estado as precipitações foram insignificantes ou nem ocorreram, prosseguindo o déficit hídrico e seus efeitos sobre as lavouras.
Segundo a Emater, a cultura apresenta grande variação de potencial produtivo em relação à época de plantio, à má distribuição das chuvas e às condições topográficas. Observou-se lavouras com plantas de porte médio a elevado, coloração verde, mas com população adequada e sem qualquer sinal de estresse. Na mesma região, encontram-se lavouras com plantas amareladas, com desfolha, porte baixo, estande inadequado e até mesmo morte de plantas nos casos de estresse hídrico mais extremo.
Solos inadequados para a soja
Mesmo com a capacidade de emissão de novos ramos, que podem compensar parcialmente os problemas de baixa população, as plantas de soja não encontram condições ambientais favoráveis para expressar essa característica. A diferença de situação evidencia que o plantio em solos de textura arenosa e, principalmente, em rasos não é adequado em anos com previsões de restrição de chuvas.
Na Metade Sul, observa-se o ótimo desempenho de lavouras estabelecidas em áreas de várzeas. Houve ampliação do uso de irrigação por sulco-camalhão, considerando a grande quantidade de barragens disponíveis e o relevo plano característico da produção de arroz, que estão entrando na rotação com a oleaginosa, atualmente mais influenciada por condições de mercado do que pelas vantagens agronômicas.
Perdas no potencial produtivo
Em termos regionais, as perdas no potencial de produtividade e as dificuldades no desenvolvimento são mais aparentes nas regiões Oeste e Central, mas acontecem pontualmente nas demais, com exceção da Nordeste, onde, nos Campos de Cima da Serra, a evolução dos plantios é considerada normal.
O órgão desta que, apesar dos levantamentos indicarem perdas municipais e regionais na soja, é preciso cautela ao generalizar os dados em âmbito estadual, pois, numa eventual manutenção de umidade nos solos em teores adequados, e dependendo do nível de danos, as lavouras têm boa capacidade de recuperação.
Mesmo que estejam em floração (18% da área plantada), elas podem se restabelecer, visto que a maior parte das cultivares são de crescimento indeterminado, ou seja, as plantas podem emitir novos pendões e ampliar a estrutura, compensando parte do potencial produtivo afetado.
Fonte: canalrural