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Agronegócio

Paranaense transforma propriedades da família em MT e enfrenta desafio ‘transformador’

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Cuidar da propriedade da família, transformar uma área improdutiva em produtiva e enfrentar cerca de sete horas de estrada para ir ao cartório para realizar um simples registro. Estes são alguns desafios vistos em meio a atividade agropecuária brasileira, principalmente, a mato-grossense.

Com o paranaense de Toledo, Luiz Pedro Bier não seria diferente se não fosse um pequeno detalhe: filho de médico e uma comerciante, sua única ligação com o setor produtivo era apenas as férias que passava em Mato Grosso com o avô.

Bier conta, no Prosa com o Deva desta semana, que “naquela história de não saber o que fazer” de faculdade acabou optando pela agronomia.

“O meu pai, apesar de ser médico, é um apaixonado pelo agro, principalmente pela pecuária. E na minha trajetória ocorreu um pequeno incidente, de que meu avô teve um AVC, e quando eu tinha em torno de 20 anos, mesmo de longe, comecei a assumir a fazenda aqui em Mato Grosso”.

Um desafio aceito

Próximo de se formar, Bier recebeu a proposta do pai de trabalhar na propriedade de Juara, que atua com pecuária. Para lá ele foi com 22 anos e ficou por um ano e meio até receber do pai, desta vez, um desafio: trabalhar com agricultura.

“Existia uma área da família em Gaúcha do Norte, que era improdutiva, e eu engenheiro agrônomo tive que começar do zero. Eu topei o desafio e acabei encarando a dura realidade de lá, porque era mais difícil de acesso. Isso em 2012”.

O produtor conta que ao chegar em Gaúcha do Norte, a cidade mais próxima era Canarana, que também não tinha acesso asfáltico. Cerca de 160 quilômetros.

“Então para irmos ao cartório em Paranatinga reconhecer firma fazíamos 200 quilômetros de estrada de chão. Seis a sete horas de viagem. Ia, reconhecia firma e voltava para Gaúcha do Norte com mais seis a sete horas de viagem. E na época a internet não ajudava”.

Hoje, na propriedade de Gaúcha do Norte é trabalhado o sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), conforme Bier.

“O processo da pecuária vem se intensificando muito ao longo do tempo, principalmente nessas regiões que são integras com a agricultura. O benefício que a agricultura dá para a pecuária e vice-versa é muito grande. Você consegue altas produtividades, altas taxas de lotação, tanto na pecuária quanto na agricultura quando elas são integradas”.

Já em Juara apenas a pecuária é trabalhada, de acordo com ele. Por lá mudanças, revela ele, precisaram ser feitas para ampliar a capacidade produtiva. Entre elas a fertilização de pastagem.

Através da tecnificação, salienta Bier, foi possível ampliar a taxa de lotação em 50%.

“Era pouco comum trabalhar com fertilização de pastagem, com calagem até oito anos atrás. E a partir de então a gente começou a tecnificar também as pastagens, mesmo nas áreas só de pecuária. É fundamental para a sobrevivência da atividade você ter tecnificação. Quanto menos se investe mais difícil vai ser se manter na atividade, sem sombra de dúvida”.

+Confira mais episódios do Prosa com o Deva


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Fonte: canalrural

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