Dez mandados de busca e apreensão contra investigados que se associaram criminosamente para atuar no furto de cargas de soja em Campos de Júlio, região noroeste de Mato Grosso, foram cumpridos na manhã desta sexta-feira (1º). Segundo informações da Polícia Judiciária Civil (PJC), as cargas estavam avaliadas em R$ 180 mil.
A Operação Sétimo Mandamento foi deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
As ordens judiciais incluíram ainda o afastamento de sigilo de dados e foram cumpridas nas cidades de Campos de Júlio, Diamantino, Campo Novo do Parecis e Nova Lacerda. Os mandados foram deferidos pelo juízo da Comarca de Comodoro.
Durante a investigação foi identificado o envolvimento de nove pessoas no furto das duas cargas de soja. Conforme a PJC, a subtração do produto ocorreu em uma filial de uma empresa comercializadora de grãos, em Campos de Júlio.
Os suspeitos são investigados por associação criminosa e furto qualificado.
Crime identificado após auditoria
Os furtos das cargas foram descobertos após auditoria da matriz da empresa, sediada em Curitiba (PR). Foi apurado que houve a entrada e saída de dois caminhões nos dias 19 e 21 de maio do ano passado. Os veículos entraram vazios e saíram carregados, passando pelo embarque e depois pela balança da empresa sem apresentar a ordem de carregamento e outros documentos obrigatórios.
Diante disso, foi realizada a identificação dos funcionários que estavam trabalhando nos dias em que foram realizados os embarques. Ambos atuavam na função de balanceiros e admitiram à auditoria da empresa que atuaram nos furtos, de acordo com as informações da PJC.
A investigação revelou que o esquema envolveu trabalhadores de duas empresas. A filial em Campos de Júlio efetuou uma venda de soja para uma empresa embarcadora que, no momento do embarque precisa aferir o percentual de qualidade do grão, que é feita por um laboratório terceirizado que presta o serviço no ponto de embarque da empresa vendedora do produto.
Um encarregado e três classificadores do laboratório foram identificados como envolvidos no esquema. O encarregado era o responsável em posicionar os classificadores no ponto de embarque e os classificadores atuavam no aliciamento de funcionários da empresa e condução da ação criminosa.
O caminhão usado no furto da carga pertence a uma empresa de transportes, que tem como sócia a esposa de um dos investigados pela Polícia Civil na Operação Grãos de Areia, deflagrada em 2021 contra uma associação criminosa que furtou e desviou cargas de soja que iam para o terminal ferroviário no sul do estado.
A investigação revelou que ainda a utilização de empresas e contas bancárias de pessoas físicas para as transações ilícitas entre os integrantes do grupo criminoso.
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Fonte: canalrural