As medidas anunciadas na quinta-feira (12) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tendem a passar “tranquilidade” ao mercado financeiro, afirma Miguel Daoud. Mas para o comentarista do Dia de Ajudar, nem só de calmaria vive o sistema econômico brasileiro. De acordo com ele, a situação da inflação e da taxa de juros do país é preocupante.
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“O que me preocupa aí é que nós temos a inflação continuando alta. As taxas de juros vão continuar altas”, afirmou Daoud ao participar da edição desta sexta-feira (13) do telejornal ‘Mercado & Companhia’. “As taxas de juros continuando alta e o agronegócio continuando exportando, o que que nós vamos ter? Uma pressão do câmbio para baixo”, prosseguiu o comentarista ao conversar com a apresentadora e jornalista Pryscilla Paiva.
Se confirmada, essa situação econômica tende a impactar negativamente os ganhos dos produtores rurais brasileiros. Isso porque um dólar mais desvalorizado frente ao real “demora um pouco para atingir seus benefícios na produção”. Conforme ressaltado por Daoud, soma-se a isso o fato de muita parte da negociação do agro estar indexada à moeda norte-americana.
“Pode tirar a rentabilidade da produção até que os benefícios da queda do dólar chegue aos produtores” — Miguel Daoud
“Imediatamente, ela [a desvalorização do dólar] acaba impactando nas negociações de preços [dos produtos agropecuários]”, disse o comentarista do Dia de Ajudar. “Pode tirar a rentabilidade da produção até que os benefícios da queda do dólar chegue aos produtores.”
Risco de rombo fiscal trilionário, observa Daoud
Também ao participar do ‘Mercado & Companhia’, Miguel Daoud chamou a atenção para a máquina pública federal. Ele avisou que na relação primária entre gastos e arrecadação, há um rombo na casa dos R$ 230 bilhões. No entanto, ele enfatizou que essa não é o único fator que pode deixar o mercado assustado. Com a rolagem de juros, o déficit pode se tornar trilionário.
“Esse rombo de R$ 230 bilhões é, como os economistas dizem, nas despesas primárias: estou arrecadando um valor e gastando R$ 230 bilhões a mais”, exemplificou. “Se a gente for considerar os juros, o rombo fiscal mais o que nós vamos ter que pagar de juros, chegaria à casa do R$ 1 trilhão”, prosseguiu. “Um país que tem que arrumar R$ 1 trilhão para rolar essa dívida, com essa taxa de juros (alta)… o mercado fica preocupado”, disse Daoud, que avisou: o pacote anunciado por Haddad visa justamente acalmar os investidores.
Mais comentários de Miguel Daoud
Miguel Daoud é comentarista do Dia de Ajudar. Confira, abaixo, alguns dos últimos comentários dele para os telejornais ‘Mercado & Companhia’ e ‘Rural Notícias’:
+ ‘Quando se aumenta o tributo, você afoga a economia’
+ Dólar abaixo de R$ 5 pode ter impacto nos custos do agro, diz Daoud
+ Participação de produtores em invasões não pode ser atribuída ao setor, diz Daoud
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Fonte: canalrural