A semeadura da soja 2023/24 em Mato Grosso chegou a 70,05% dos 12,2 milhões de hectares previstos. Contudo, a extensão já é considerada a menor em relação a média dos últimos cinco anos de 71,65%. A irregularidade das chuvas no estado e as altas temperaturas seguem preocupando no cenário geral.
O plantio da soja ocorre oficialmente há sete semanas em Mato Grosso. Vale ressaltar que alguns produtores obtiveram autorização do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para o plantio excepcional ante do fim do vazio sanitário.
Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado na sexta-feira (27), mostra que em relação ao ciclo 2022/23 os trabalhos continuam atrasados. Na temporada passada 83,45% da área estava plantada nesta época.
Segundo o monitoramento, as regiões oeste e médio-norte são as mais adiantadas nos trabalhos com 88,85% e 88,78%, respectivamente. O centro-sul do estado vem em seguida com 77,11% e o noroeste com 70,20%.
O norte mato-grossense semeou 60,79%, o sudeste 51,92% e o nordeste 48,88%, aponta o Imea.
Clima ainda preocupa na soja
De acordo com o vice-coordenador de Defesa Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Jorge Diego Giacomelli, a irregularidade das chuvas ainda é preocupante, em especial na região sul do estado. Ele comenta que diante de tal situação há produtor no estado começando agora o plantio do grão, o que pode prejudicar a janela ideal do milho.
Giacomelli comenta ainda que em sua propriedade mesmo, localizada em Jaciara, as atividades tiveram de ser paradas durante 10 dias, após 50% da área semeada, por falta de chuvas. A previsão, revela ele, era concluir os trabalhos no sábado (28), depois de algumas ocorrências de chuvas.
“Colocamos um pouco mais de semente por hectare, prevendo o clima atípico e foi uma decisão assertiva porque muitas sementes não germinaram, algumas germinaram, mas com o calor excessivo e a fata de chuva, houve a degola, e foram perdidas muitas plantas”, diz.
Prejuízo aos produtores
Giacomelli destaca que ainda não é possível estimar o tamanho do prejuízo que a situação do clima neste início de safra 2023/24 está causando para o setor produtor. Além do replantio em algumas propriedades, que proporciona um aumento nos custos, há também perspectivas de uma janela de semeadura do milho mais curta, bem como, relatos de produtores de que não irá plantar o cereal.
“A nossa preocupação fica também com relação aos plantios feitos dentro do vazio sanitário por conta da autorização do MAPA, 5% do estado foi semeado nesse período, além das demais lavouras que foram semeadas com bastante atraso com relação a essas, terão dificuldades com o controle do fungo de ferrugem asiática no final desse ciclo”, frisa o vice-coordenador de Defesa Agrícola da Aprosoja-MT.
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Fonte: canalrural