A agropecuária na área da Mata Atlântica é responsável pela produção de mais da metade dos alimentos consumidos no país. O bioma, no entanto, emite somente 26% do total de gases de efeito estufa (GEE) do setor agropecuário brasileiro.
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Os dados são de estudo divulgado hoje (9) pela organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica, assinado pelos pesquisadores Luís Fernando Guedes Pinto, Jean Paul Metzger e Gerd Sparovek.
De acordo com o estudo, a Mata Atlântica responde por:
- 52% da produção vegetal de alimentos de consumo direto do país (exceto milho, soja e cana);
- 30% da produção vegetal de não alimentos (fibras, látex e algodão);
- 43% da produção de soja, milho e cana-de-açúcar, culturas alimentares de consumo direto, indireto (ração de animais) e de energia;
- 56% da produção de alimentos de origem animal;
- 62% de cabeças animais (bovinos, ovinos, aves, suínos).
Segurança alimentar
“Esse resultado é alcançado com uma área de uso agropecuário e emissões de gases de efeito estufa comparativamente menores que as do Cerrado, que se tornou o paradigma e referência da agropecuária nacional nas últimas décadas a partir do cultivo de monoculturas em larga escala e em grandes propriedades”, destaca o pesquisador Luís Fernando Guedes Pinto, diretor-executivo da SOS Mata Atlântica.
O professor do Departamento de Ecologia da Universidade de São Paulo (USP), conselheiro da SOS Mata Atlântica e um dos autores do estudo, Jean Paul Metzger ressalta que, historicamente, o bioma é responsável pela segurança alimentar do país.
Dependência da Mata Atlântica
“Desde o início da colonização portuguesa, em 1500, o sistema agroalimentar brasileiro dependeu basicamente da Mata Atlântica durante a maior parte da história, mas o seu potencial atual para contribuir, de forma sustentável, com a segurança alimentar da população brasileira ainda é pouco conhecido e explorado.”
O estudo Produção de Alimentos na Mata Atlântica contou com o apoio da Cátedra Josué de Castro, e dados dos Censos Agropecuários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do MapBiomas e do Atlas da Agropecuária Brasileira.
Fonte: canalrural