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Agronegócio

Manifestos contra a moratória da soja ganham força em Mato Grosso: entenda a questão

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Mais de 50 municípios de Mato Grosso manifestaram notas de repúdio contra a moratória da soja, acordo que proíbe a compra do grão produzido em áreas do bioma Amazônia que tenham sido desmatadas após 2008, mesmo que a abertura tenha sido feita dentro da lei. O pacto também é criticado pelo Legislativo do estado, que endossa a contestação das entidades que representam os produtores rurais nesse .

O pacto foi criado em 2006 pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

O assunto de destaque no Conexão FPA-MT desta semana.

Entre os municípios, cujas Casas Legislativas aprovaram medidas contrárias ao acordo estão, Sorriso, Diamantino, Nova Ubiratã, Querência, Sapezal, , como destacado recentemente pelo Dia de Ajudar Mato Grosso. Juntos, inclusive, tais municípios produzem mais de um milhão de toneladas de soja por ano e testemunharam como a principal cultura agrícola do Brasil estimula a economia local e melhora a qualidade de vida da população.

Conforme o gestor jurídico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rodrigo Bressane, o setor produtivo vê com preocupação a questão em torno da moratória da soja. Ele salienta o pacto “não seria o melhor remédio para fazer o devido enfrentamento da abertura de novas áreas, do desmatamento na Amazônia legal ou ilegal”.

Bressane lembra que a moratória da soja foi uma medida criada visando a redução do desmatamento ilegal, uma vez que em 2004 foi registrado um grande volume. Contudo, com a promulgação do Código Florestal, legislação ambiental considerada uma das mais rigorosas do mundo, o pacto teria perdido o seu “objeto”.

“Nós tínhamos uma lacuna e que foi preenchida posteriormente em 2012 com o Código Florestal. Então, alguns entendem, juridicamente, que essa moratória da soja perdeu o seu objeto, que nós tivemos em 2012 uma centralização das normas, naquele momento, de qual é a regulamentação para cada bioma”.

Estado diretamente afetado

Por possuir boa parte de seu território dentro do bioma Amazônico, em especial a região norte, o gestor jurídico da Famato pontua que “estamos diretamente afetados por essa moratória” e que há estudos que mostram que a mesma “não é eficaz”, uma vez que dados mostram que “ao longo dos anos, desde a sua criação, todo o ano o do desmatamento na Amazonia vem acontecendo”.

Para Bressane o que “precisamos realmente são de políticas públicas, aumentar a fiscalização, investimentos em recursos e mão de obra”.

Além das Câmaras Municipais, a Assembleia Legislativa também apresentou recentemente repúdio contra a moratória da soja.

De acordo com a deputada estadual Janaina Riva (MDB-MT), a decisão foi por se entender que “o estado de Mato Grosso se desenvolve, mas cria bolsões de desigualdade, e a moratória da soja tem contribuído para isso, trazendo um desequilíbrio econômico e social”.

A parlamentar frisa que há uma preocupação maior quanto aos municípios em que a agricultura está começando a ser inserida, à exemplo de Juara, Aripuanã e Colniza.

“Então, veja o quanto nós estamos avançando e legalmente falando, até porque não defendemos quem desmata ilegalmente no estado. Esses são inimigos do estado, porque trazem uma fama que não é justa. Mato Grosso é um estado que tem mais de 62% do seu território intacto de florestas nativas”.

A deputada estadual salienta ainda, que na opinião da Assembleia Legislativa, “a moratória da soja cria uma reserva de mercado e traz prejuízos àqueles que só agora podem plantar na sua região”.

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Fonte: canalrural

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