O agronegócio brasileiro enfrenta um período de grande incerteza devido a eventos climáticos extremos, que vão de inundações devastadoras no rio grande do sul a severas ondas de calor pelo país. A mudança do fenômeno El Niño para La Niña sugere uma inversão nas condições climáticas que pode complicar ainda mais o cenário para os produtores, especialmente aqueles que dependem da safra de soja e milho.
Durante o período de influência do El Niño, produtores de soja do Centro-Oeste brasileiro planejavam suas safras esperando uma regularidade nas chuvas, que acabou não se concretizando. A realidade trouxe uma seca intensa que causou perdas significativas em regiões como goiás e Mato Grosso. Por outro lado, no Sul, onde se esperavam chuvas abundantes, a estiagem também se fez presente, frustrando as expectativas em estados como Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O fenômeno climático La Niña, conhecido por resfriar as águas do Oceano Pacífico, está agora começando a influenciar o clima, trazendo consigo uma nova série de desafios. “Este cenário reforça a falta de previsibilidade e a necessidade de um planejamento mais robusto, que inclua seguros agrícolas como parte essencial da gestão de risco”, explica Ricardo Caraça, gerente técnico de agronegócios da seguradora FF Seguros.
Enquanto a safra de milho safrinha 2024 já sofre com as consequências das alterações climáticas, com a seca atingindo áreas no Mato Grosso do Sul, o cenário é de alerta para o que a La Niña poderá provocar nas próximas safras. Os impactos são tanto de curto quanto de longo prazo, afetando diretamente a produtividade e a rentabilidade das lavouras.
“O agronegócio brasileiro deve estar preparado para enfrentar essas oscilações climáticas com investimentos em tecnologia, práticas agrícolas sustentáveis e, crucialmente, seguro agrícola”, sugere Caraça. Estes instrumentos são fundamentais para construir uma resiliência maior contra os frequentes e imprevisíveis caprichos do clima.
Fonte: odocumento