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Agronegócio

Febre do leite atinge mais de 50% das vacas leiteiras

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Suplementação reduz as chances de desenvolver hipocalcemia pós-

São Paulo, setembro de 2023 -. De acordo com os últimos dados divulgados, no final de , pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o rebanho leiteiro do Brasil deve chegar, ainda este ano, a 17 milhões de cabeças, aumento de 1% em relação ao ano passado.

Cenário positivo para o Brasil, considerado o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros produzidos por ano. Apesar da boa produtividade, o MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) alerta que as exigências referentes à segurança dos alimentos estão aumentando a cada ano e os criadores, que não investirem em tecnologia, bem-estar e manejo adequado, enfrentarão grandes desafios.

Tipos de hipocalcemia – Hoje, um dos grandes gargalos da cadeia produtiva é manter seu rebanho preparado contra a hipocalcemia. De acordo com estudo recente da maior revista científica da pecuária leiteira, Journal of Dairy Science, mais de 50% do gado leiteiro é acometido por esta doença na fase subclínica e mais 5% em nível clínico, principalmente, as multíparas e que não possuem uma dieta e cuidados adequados no pré-parto.

Essa enfermidade acontece após o parto e sofre influência de todo período de transição que vai dos 21 dias pré-parto aos 21 dias pós-parto. É mais comum ocorrer nas primeiras 72 horas pós-parto, porém, em alguns casos, pode acontecer em até dois meses após o do bezerro. “A doença é reflexo da concentração sanguínea de cálcio circulante. Se a vaca apresentar concentração superior a 8 mg/dl, é considerada normocalcêmica, ou seja, está com níveis normais. Se estiver entre 8 e 5,5 mg/dl, é classificado como hipocalcêmico subclínico, o que significa que, a vaca praticamente aparenta estar normal, com sutis e curtos sinais, como tremores, taquicardia e hipertermia. Abaixo de 5,5 mg/dl, identificamos que a vaca está com hipocalcemia clínica ou febre do leite, quando começam a surgir os sinais clínicos como paralisia, fraqueza que leva ao decúbito frontal, hipotermia e depressão da consciência. Se avançar para níveis abaixo de 4 mg/dl, o animal fica em decúbito lateral, perde a consciência e, se não for revertido imediatamente, chegará à morte”, explica Petterson Sima, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Kersia.

Segundo Sima, são vários os fatores de risco que colaboram para o surgimento da hipocalcemia: baixos níveis de hormônio da paratireoide; ausência de glândulas paratireoides no nascimento; deficiência de e/ou vitamina D; disfunção renal; ausência de alimentação correta e pancreatite. “Os animais acometidos por esta patologia, mesmo em níveis subclínicos, são mais suscetíveis à: retenção de placenta, metrite, mastite, deslocamento de abomaso, cistos ovarianos, acidose, cetose e atrasos na reprodução. Toda hipocalcemia, seja clínica ou subclínica, é apontada como uma das maiores causadora de prejuízos na atividade leiteira, sendo responsável por redução acentuada na produtividade total da lactação”, ressalta Petterson.

Como prevenir a hipocalcemia. Como várias doenças de vacas leiteiras, são muitos os fatores que aumentam ou reduzem o risco de hipocalcemia. O conforto animal, estresse térmico e estresse de manejo, por exemplo, têm grande impacto. E sobre a nutrição muito pode ser feito. A dieta aniônica ou dieta acidogênica é grande aliada na preparação do organismo animal para a alta demanda de cálcio que virá na transição do parto. Com essa dieta é possível até mesmo zerar os casos clínicos e reduzir os subclínicos. Porém, ainda haverá muitos animais no quadro subclínico e, para atingir essa parcela, precisamos adicionar técnicas de suplementação individual estratégica.

“A suplementação de cálcio oral líquido já é comum no Brasil em adição à dieta aniônica e tem apresentado bons resultados. Entretanto, a eficiência não é tão elevada quanto poderia ser, pela própria do método, que por ser uma solução líquida tem elevada taxa de passagem. Isso exige maior mão de obra para oferecer ao menos 4 doses, nas soluções mais comuns do mercado. E não adianta concentrar grande volume em apenas 1 dose para facilitar o manejo, pois a permanência da solução no trato digestivo é curta”, alerta Sima

Há mais de uma década os países da Europa e América do Norte utilizam da tecnologia de bolus intra-ruminais para suplementações específicas. São comprimidos orais que possuem maior tempo de biodisponibilidade no trato digestivo. Este protocolo tem trazidos bons resultados, principalmente, na redução dos casos de hipocalcemia clínica e subclínica e também de várias doenças e distúrbios correlatos, como acidose, cetose, retenção de placenta, falta de apetite, redução na produção leiteira, metrite, baixo desempenho reprodutivo, perda agressiva de escore corporal, entre outros

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