A Fazenda Schinoca em Jaciara, sudeste de Mato Grosso, produz grãos, proteína animal, madeira e até energia elétrica. O sistema integrado e certificado, garante a entrada no mercado de créditos de carbono com remuneração extra pelas práticas de produção sustentáveis.
A integração do sistema lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e seus benefícios é o foco do MT Sustentável desta semana.
Há duas décadas o proprietário Jorge Schinoca, decidiu fazer a integração entre lavoura, pecuária e floresta. Ao observar a fazenda do alto, o mosaico entre as fileiras de árvores, plantação e pastagem, chamam atenção.
“É uma coisa maravilhosa. São dois anos de lavoura e cinco anos de floresta com o gado. Quando o pasto começou a perder qualidade e, por isso, entramos com a lavoura. É o segundo ano de lavoura aqui e a gente vai rotacionando a área.Nunca fica no mesmo lugar e sempre o gado está com capim novo e bonito”, explica Schinoca.
Com as altas temperaturas dos últimos meses no estado, o local onde é feita a integração floresta e pecuária proporciona o bem estar animal.
“Você vê o animal deitado, tranquilo na sombra. Esse conforto é, principalmente, para os bezerros porque tivemos muitas perdas. Nós tiramos as vacas e novilhas da ILP (lavoura-pecuária) e levamos para a ILPF”, afirma.
Nas áreas onde o capim passou do ponto para o pastejo dos animais é feita a colheita de silagem. Dessa forma, no período da seca, entre os meses de maio e outubro, a alimentação do rebanho está garantida.
Schinoca ainda possui outra riqueza na sua propriedade, uma nascente de água. Há cerca de 30 anos, quando adquiriu a fazenda, a primeira providência que o agricultor tomou foi isolar a área para garantir a preservação. Parte da água que hoje serve a fazenda, saí de lá pura e cristalina.
“Naquela época, a gente percebia o gado andando por toda a preservação e isso estragava a área de preservação permante (APP). Hoje o nosso gado não entra na reserva, ela é toda protegida”, diz.
A água da nascente abastece toda a sede. Na propriedade, moram ao menos dez famílias que consomem essa água. O que sobra é direcionado para um reservatório de 600 mil litros que abastece toda a pecuária.
Na sede da fazenda, próximo dos galpões estão as placas fotovoltaicas. Além de todo o sistema de integração na propriedade, no local se produz energia limpa. Essas práticas, consideradas sustentáveis, permitiram a entrada no mercado de carbono. Depois de passar por todo processo de certificação, a venda de créditos já é uma realidade por lá.
“A princípio nós estamos recebendo, se não me engano, US$ 20 mil. Mas esse é o início do que ainda vai vir. Abrimos as porteiras e agora está vindo os benefícios. Tudo o que a gente sonhava está acontecendo”, finaliza.
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Fonte: canalrural