A relação entre futebol e agronegócio se estende até na linguagem. Existem expressões ligadas ao meio rural que foram adaptadas ao esporte, fazendo analogia a lances e jogadas que acontecem dentro de campo.
Uma dessas expressões é “beque de fazenda”. O termo se refere a um zagueiro que conta mais com a força física do que com a habilidade com a bola no pé para defender.
No passado, se um atleta chutasse a bola para o alto, o narrador da partida costumava dizer “Esse ganhou o leitão”, uma referências às gincanas que aconteciam no interior do Brasil e premiavam fatos pitorescos.
Nessas áreas, muitos dos campos foram construídos próximos a pastos e currais em fazendas. Com isso, muitas vezes durante a partida era habitual que vacas invadissem o jogo. Quando isso acontecia, era preciso desviar do animal em campo. Foi assim que nasceu a famosa expressão “drible da vaca”, que é quando a o jogador lança a bola por um lado e pega pelo outro.
Os goleiros são os que mais sofrem com as expressões ligadas ao agro. O termo “mão de alface” se refere ao guarda-redes que, sem firmeza, toca na bola mas não evita o gol do time adversário.
Um outro termo que é um pesadelo para o goleiro é o “frango”, que é quando o atleta falha na hora de evitar o gol. Quando isso ocorre, o goleiro ganha o apelido de “frangueiro”. Não há registro histórico de quando a expressão surgiu, mas, no Museu do Futebol, uma das explicações é o trabalho que o animal no galinheiro dá a quem tenta pegá-lo.
Times e mascotes
Muitos símbolos e apelidos de equipes brasileiras foram inspirados no agro. O Grêmio Barueri por exemplo conta com uma abelha como mascote. O Atlético Mineiro tem o galo como apelido e símbolo. Já o Uberaba Sport Club tem o zebu como mascote. Em Mato Grosso, polo do agronegócio nacional, o Luverdense tem a espiga do milho e a ema, ave-símbolo da cidade, como mascotes.
De acordo com o Guilherme Santiago, diretor de comunicação do time mato-grossense, o clube tem um forte preocupação e ligação com questões ambientais e relacionadas ao agronegócio.
“O Luverdense é um clube jovem, nascido em 2004, e desde o princípio nós procuramos representar o meio ambiente e o agro, já que o Mato Grosso é muito forte nessa questão da agricultura. E, por essa razão, o verde do nosso uniforme e escudo não é toa”.
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O mascote do clube, a espiga de milho, representa a força da região de Lucas do Rio Verde na produção do cereal. Além disso, estádio do clube se chama “Passo das Emas”, e por conta disso, a ema foi outro animal adotado como símbolo do clube mato-grossense.
Nesta Copa do Mundo do Catar, a torcida brasileira espera fugir dessas expressões ligadas ao agro, na expectativa pela conquista do nosso 6º mundial, o tão sonhado hexa, sem espaço para uma pipocada ou mesmo uma zebra.
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Fonte: canalrural