A região nordeste de Mato Grosso é a mais atrasada no plantio da soja. Tal atraso, relatam produtores, irá impactar na segunda safra de milho. Em Canarana, por exemplo, a área destinada ao cultivo do cereal deve encolher 45%.
O plantio da soja 2023/24 em Mato Grosso caminha para a sua reta final. Até o dia 1º de dezembro 99,57% dos 12,2 milhões de hectares previstos estavam semeados. Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que a região nordeste a mais atrasada com 98,62% da área semeada.
Produtor e presidente do Sindicato Rural de Canarana, Alex Wisch comenta que “esse ano está bem complicado”. No município ainda há produtores que estão plantando a soja, enquanto outros estão começando os trabalhos.
“Está um ano desafiador. Essa noite choveu para alguns, mas infelizmente alguns ainda não receberam chuva. Nós estamos com um problema maior na região que compreende Canarana, Água Boa, Paranatinga e Campinápolis, que é a região mais afetada”.
Redução da área de milho
Wisch frisa que já era prevista uma redução de área destinada ao milho segunda safra em decorrência aos preços da saca de 60 quilos, que não cobriam os custos de produção e não eram remunerativos.
“E agora por questão climática. A gente estima que vai cair de uns 150 mil hectares para 80 mil hectares devido à essa questão climática e de valores. A questão de insumos muitos produtores estavam aguardando por essa conta que não estava fechando e no fim acabou que acertaram em não comprar, porque não conseguiram plantar a soja na janela para fazer o milho”.
Ainda segundo ele, há casos de produtores que chegaram a adquirir os insumos para a safra de milho, contudo desistiram.
Destinação de área para o gergelim
A expectativa, com a redução da área de milho, é que haja uma migração para o gergelim. Estima-se que na região o cultivo do gergelim supere os 150 mil hectares.
“No nosso caso em particular, nós plantamos o ano passado 450 hectares de milho dentro dos 500 hectares destinados para a soja. Esse ano vamos plantar só 250 hectares de milho e o restante com gergelim e crotalária devido a essa questão climática e, principalmente, dos preços que não estão colaborando muito”.
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Fonte: canalrural