A produção brasileira de milho 2023/24, assim como a soja, terá o clima como fator crucial para o seu resultado final. O receio de alguns produtores, em especial de Mato Grosso, é que as chuvas cortem antes do esperado e que mais prejuízos venham a ser contabilizados, em um ano-safra no qual os custos de produção seguem altos e o valor pago pelo produto cada vez mais em declínio.
O produtor de soja e milho nesta temporada, pontua o assessor-técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Daniel Rosa, “está em uma situação difícil e precisa ser atendido”.
Entrevistado desta semana do programa Direto ao Ponto, ele comenta que os resultados que estão sendo observados na primeira safra do cereal no sul do país são bons. Entretanto, no que tange a segunda safra ainda há incertezas devido às condições climáticas, principalmente em Mato Grosso.
“Temos uma boa expectativa pelo menos de plantio. Agora se esse milho vai se desenvolver bem, isso vai depender dos próximos meses. E, sempre lembrando, nós viemos de um fenômeno el niño que está passando para uma transição para La Niña. Então, não temos como ter certeza se esse clima vai ser favorável ou não”, disse Daniel Rosa ao apresentador Glauber Silveira.
O quê se tem de certeza é que a produção total da temporada 2023/24 não será a mesma da anterior, observação que pode ser vista nas perspectivas da Conab, USDA e consultorias, mesmo havendo considerável divergência de números entre algumas.
“É esperada uma redução de dois milhões de hectares, mas como o produtor já fez a compra dos insumos e sementes, então não tem como recuar agora. Mas, é claro que quem se vê numa situação financeira complicada e achar que pode reduzir o fertilizante, por exemplo, deverá fazer. E, isso vai refletir em quebra de produtividade”.
Cautela em meio à crise
A cautela continua como a principal recomendação em mais esta safra. Daniel Rosa frisa que o setor produtivo ainda espera um prolongamento dos prazos de pagamento dos créditos rurais, medida que traria um “pouco de respiro” ao produtor poder “ajeitar as contas dele”.
“Esse sem dúvida é um problema. É importante entender, e às vezes tem um pouco de divergência, principalmente mais do setor público, de que é uma crise. A gente precisa ter isso claro. De que é preciso que o governo tome uma iniciativa. A gente sempre volta na questão do seguro rural. É muito triste isso”.
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Fonte: canalrural