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Agronegócio

de soja por hectare Manejo biológico de pragas na soja traz aumento de até 8 sacas por hectare

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Área com o Projeto Biológicos na safra de soja 2022/23, no CAD Oeste em Sapezal-MT

Aumento de produtividade de soja, redução de pragas e nematoides e maior controle de doenças na cultura. Esse é o diagnóstico de pesquisas feitas pela Fundação MT com o uso de produtos biológicos durante a safra 2022/23.

O trabalho foi conduzido no Centro de Aprendizagem e Difusão, em Sapezal-MT (CAD Oeste), com a semeadura da soja em 19 de outubro do ano passado.

De acordo com o fitopatologista e pesquisador da entidade, João Paulo Ascari, mancha alvo e cercospora foram as doenças mais presentes, além de baixa pressão de lagartas e percevejos, e média a alta pressão de mosca-branca.

Entre os nematoides, houve presença de nematoide de cisto (Heterodera glycines), das galhas (Meloidogyne spp.), das lesões radiculares (Pratylechus spp.) e o espiralado (Helicotylenchus spp.).

Tratamento de sementes e de folhas

No padrão de manejo integrado, onde foi realizado o tratamento de sementes e aplicações foliares com produtos químicos, além do uso de biocontroladores, o pesquisador detalha os resultados:

“No caso dos nematoides, mesmo utilizando cultivar sensível, houve redução da população e nos tratamentos sem bioinsumos houve multiplicação dos parasitas”, completa o especialista.

Aumento de produtividade de soja

soja, grãos

Pesquisa constatou aumento de até oito sacas de soja por hectare. Foto: Pixabay

Consequentemente, a resposta em produtividade também foi satisfatória com a adoção dos produtos sustentáveis e, de modo geral, o incremento chegou a até 8 sacas de soja por hectare.

“Esse era o nosso objetivo, mostrar que o uso de biocontroladores é uma forma de alcançar mais sustentabilidade, incrementando o manejo já praticado e obtendo resultados em produtividade satisfatórios ao produtor e com menor impacto ao meio ambiente”, pontua João Ascari.

O Projeto Biológicos segue acontecendo na safra de algodão, e a proposta é que os tratamentos sejam repetidos por mais três safras (soja e algodão) para verificar a consistência dos dados, e com espaço para novas empresas parceiras.

Nesta edição, participaram a Biocontrol e a Lallemand com o posicionamento de seus produtos bionematicidas, bioinseticidas e biofungicidas em dois tratamentos, o biológico e o integrado.

Ensaio protetores

Também conduzido em Sapezal na cultura da soja, este ensaio utiliza indutores de resistência, além de três diferentes biofungicidas e ainda fungicidas sítio-específicos.

O papel dos indutores é auxiliar a planta a ter um sistema de defesa mais ativo e capaz de se defender dos patógenos mais rapidamente. Já os biofungicidas têm a responsabilidade de reduzirem e até impedirem o desenvolvimento das ameaças, e ainda podem atuar na indução de resistência das plantas.

Doença presente na soja o ano inteiro

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Pressão da mancha alvo em Mato Grosso

A pressão de mancha alvo é considerada alta na região, além disso, o inóculo da doença está presente o ano inteiro devido as culturas de soja e algodão multiplicarem o patógeno.

João Ascari explica que o ensaio é um pontapé para essa complexidade que vem surgindo no controle não só de mancha alvo, mas de cercospora também, e procura entender que outras alternativas são viáveis além dos multissítios, que ainda são fundamentais no controle, como alcançar mais produtividade e manejo anti-resistência a fungicidas.

A cultivar utilizada é representativa na região do estudo e sensível às principais manchas foliares. Com o uso das ferramentas biológicas, o controle das doenças chegou a cerca de 30% em relação à testemunha sem fungicidas.

Já o incremento em produtividade foi de até cinco sacas por hectare. “Os resultados para soja foram muito bons, chamou a atenção a forma como os biológicos e indutores têm contribuído no controle de doenças. Vamos investir mais energia nesse ensaio, replicando em outros CAD’s para comprovar o efeito também regional”, detalha o profissional.

Uso racional de químicos

aplicação de defensivo na lavoura

Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT

A entomologista e pesquisadora da Fundação MT, Lucia Vivan, ressalta que para o controle de pragas nem sempre há aumento de produtividade, mas que é possível observar o uso mais racional de produtos químicos, redução de surtos de população e controle por períodos maiores se comparado ao controle químico.

“Para o uso de produtos biológicos é importante que o produtor faça o monitoramento constante da sua área, identifique as primeiras infestações e acompanhe a flutuação populacional da praga. O manejo integrado com químico e biológico tem mostrado bons resultados em diferentes culturas”, completa.

De 25 a 28 de abril este tema estará em evidência no XXIII Encontro Técnico Soja, evento tradicional da Fundação MT que acontece em Cuiabá, mas também com transmissão online.

No dia 27, pesquisadores estarão reunidos no talk show “Aplicabilidade do uso de biológicos no sistema de produção”, onde vão trazer discussões sobre controle biológico e sustentabilidade e mostrar resultados de pesquisas em entomologia, fitopatologia e nematologia.

Um dos estudos se refere ao Projeto Biológicos, que há quatro anos é realizado nas culturas de soja e algodão, e o Ensaio Protetores, iniciado mais recentemente nas mesmas culturas.

Fonte: canalrural

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