As projeções para o milho safra 2022/23 são de 126,9 milhões de toneladas. Um crescimento de 12,5% no comparativo com a safra passada. Tal perspectiva é vista com positividade pela indústria de etanol de milho, que em 2023 verá ao menos duas novas unidades entrarem em operação, além de possíveis expansões.
As perspectivas de produção são da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) e foram divulgadas nesta quinta-feira (6).
O milho segunda safra é a principal fonte de matéria-prima para o etanol de milho e produtos de nutrição animal, como DDGS e óleo de milho.
Somente para a segunda safra do cereal, a Conab projeta 96,2 milhões de toneladas a serem produzidas nas lavouras brasileiras no ciclo 2022/23. Montante superior as 85,6 milhões da safra passada.
Conforme o presidente da União Nacional de Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, as expectativas da Conab vem de encontro com as projeções de crescimento do setor do biocombustível.
“O setor de etanol de milho tem uma previsão de crescimento que está baseada nas perspectivas de produção do grão no país. Atualmente, o país cultiva milho de segunda safra em cerca de 40% da área utilizada para o plantio de soja, ou seja, existe um potencial de expansão muito grande para o milho sobre estas áreas já consolidadas pela agricultura”, diz Nolasco.
Menos de 10% do milho produzido é utilizado hoje
Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (imea), revelam que o Brasil deverá produzir 4,5 bilhões de litros de etanol de milho na safra 2021/22. O volume é 31% acima do produzido na safra anterior, que colocou 3,43 bilhões de litros no mercado.
Para gerar 4,5 bilhões de litros, as indústrias vão processar 10,3 milhões de toneladas de milho, ou seja, menos de 10% do total produzido no país.
Para a safra 2030/31 as estimativas apontam uma produção de 10 bilhões de litros de etanol de milho, mais que o dobro do que é produzido hoje.
“O setor de etanol de milho trouxe mais previsibilidade para o mercado do milho, impulsionando investimentos na produção de segunda safra sem competir diretamente com a produção de alimentos. Vale lembrar que os farelos de milho originados na indústria de etanol são destinados à produção de proteínas”, salienta o presidente da Unem.
Produção de farelos de milho seguem em alta
Assim como o etanol de milho, a produção de farelos do cereal, ou seja, DDG, DDGS e WDG também seguem em linha crescente. De acordo com levantamento do Imea, a produção deverá superar 2,5 milhões de toneladas na safra 2021/2022 e a expectativa é chegar a 6 milhões de toneladas na safra 2030/2031.
Os co-produtos, obtidos durante a produção do etanol, são utilizados como insumo para ração de animais, tanto pets quanto suínos, peixes e aves, e na intensificação da pecuária de corte.
Conforme a Unem, diante as projeções, as indústrias de etanol estão buscando novos mercados para os produtos de nutrição animal.
Somente em 2022 o Brasil já exportou 159,5 mil toneladas para países como Vietnã, Nova Zelândia, Arábia Saudita e Reino Unido. Em 2020 o setor havia embarcado cerca de 85 mil toneladas para a Turquia, mas com a pandemia os envios foram suspensos em 2021.
“Há um potencial muito grande no mercado internacional para os farelos de milho e estamos estudando, junto com os associados, destinos, rotas e características deste setor lá fora. A exportação é uma importante ferramenta para precificar e dar vazão ao excedente produzido”, afirma Nolasco.
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