Faltam menos de seis meses para o início da safra 2024/25 de soja e a compra de insumos segue em ritmo “muito lento” no país. O atraso em relação à média histórica para o período passa dos 20 pontos percentuais, segundo a Agrinvest Commodities.
O ritmo mais lento é creditado às incertezas da próxima temporada e, principalmente, a rentabilidade comprometida, diante dos problemas registrados na primeira safra de 2023/24, devido as adversidades climáticas.
Em Mato Grosso, conforme o analista de inteligência da Agrinvest Commodities, Jeferson Souza, a cautela dos produtores com a próxima temporada de soja é ainda mais visível.
“Quando falo em insumos têm um atraso na casa de 22 pontos percentuais no Brasil, considerando sementes, defensivos e fertilizantes. Se eu analisar o Mato Grosso em si, um número que impressiona bastante é a comercialização de sementes”.
O analista comenta que a comercialização hoje de sementes em Mato Grosso gira em torno de 30 pontos percentuais e 32 pontos percentuais, enquanto a média histórica para o período é de 70 pontos percentuais das sementes adquiridas.
“Ou seja, eu tenho uma grande parte de produtores que não tomou nenhuma posição de sementes ainda. No caso de defensivos o cenário é semelhante. Mato Grosso chega perto de 30 pontos percentuais”, diz Jeferson em entrevista ao Dia de Ajudar Mato Grosso.
Compra de fertilizantes é a mais “avançada”
Ao contrário das sementes e defensivos, as compras dos fertilizantes em Mato Grosso se encontram mais avançadas, salienta o analista da Agrinvest Commodities. Hoje, cerca de 63 pontos percentuais dos fertilizantes para a safra 2024/25 de soja no estado já foram adquiridos.
Contudo, apesar do percentual ser maior em relação aos outros dois insumos, ainda está abaixo da média histórica para o período que é de 73 pontos percentuais.
“E no Brasil o atraso no fertilizante chega na casa dos 16 pontos percentuais. Resumindo, eu tenho um atraso em todas as categorias de insumos. O produtor está preocupado com a queda no preço da soja, com a rentabilidade e ele tem uma desconfiança muito grande na hora de concretizar os seus negócios. Por isso esse atraso”.
Diante do que se vê hoje, o especialista orienta ao produtor rural para que este fique de olho em sua relação de troca, principalmente quando o assunto diz respeito aos fertilizantes, uma vez que “alguns produtos estão dando oportunidades”.
Outro ponto de atenção, é quanto ao chamado “efeito manada”, em que “todo mundo precisa da semente no mesmo momento. E no caso dos fertilizantes a logística sempre ficar em radar”.
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Fonte: canalrural