Depois de um 1º semestre nada otimista em relação às exportações, os embarques de carne suína reagiram e cravaram 1 milhão de toneladas. Faltando uma semana para contabilizar as vendas externas de 2022, o Brasil já enviou para o exterior o mesmo volume registrado em todo o ano passado.
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No 1º semestre de 2022, as exportações de carne suína ficaram em 458 mil toneladas, com forte indicativo de redução de pelo menos 10% das vendas totais ao exterior. A tendência se inverteu, o mercado reagiu e no 2º semestre deste ano o acumulado já soma 542 mil toneladas. De janeiro a junho do ano passado os embarques já haviam somado 515 milhões de toneladas.
O desafio está no preço da tonelada. Neste momento, com o mesmo volume exportado, a receita cambial é 4% menor que no ano passado. Para 1 milhão de toneladas em 2021, a receita foi de US$ 2,47 bilhões. Enquanto que em 2022 ficou em US$ 2,37 bilhões. Ou seja, o Brasil vai enviar um volume maior de carne suína para o mundo este ano, mas a um preço menor. O país está vendendo mais carne, mas carne mais barata.
O fator China na exportação brasileira de carne suína
Entre os motivos para a tendência de recuo nas exportações estava a retomada da produção chinesa pós peste suína africana. Com a restabelecimento do plantel, ainda no final do ano passado a China também anunciou uma sobretaxa acima de 10% na importação de carne suína, o que em tese iria desestimular as compras e o interesse dos países produtores em negociar com os chinês. E isso realmente aconteceu.
A China deve encerrar o ano com compras 20% menores do Brasil em relação a 2021. Para entender, a China é o maior comprador da carne suína brasileira. Em 2021, mais de 60% de toda a carne de porco exportada pelo Brasil teve como destino China e Hong Kong. Neste ano, as compras pelos chineses devem ficar em 500 mil toneladas.
Para superar as 1 milhão de toneladas embarcadas em 2022, o Brasil está diversificando seu mercado. O conflito entre Rússia e Ucrânia tem favorecido. Na última década, os russos se transformaram em um importante produtor de suínos e, além de importadores, passaram a exportar carne suína. Com as limitações logísticas e econômicas da guerra, os russos restringem sua produção e exportação, abrindo espaço para o Brasil.
Depois de China/Hong-Kong, o maior comprador de carne suína do Brasil em 2022 são as Filipinas, que devem fechar o ano com importações de 70 mil toneladas. No ano passado, os filipinos não levaram nem 30 mil toneladas. Depois vem Chile e Singapura, na casa das 50 mil toneladas cada.
Os embarques nos últimos cinco anos
Confira o histórico dos últimos cinco anos das exportações de carne suína pelo Brasil:
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Fonte: canalrural