O Brasil é um dos principais produtores de grãos e proteína animal do mundo e exemplo quando o assunto é a reciclagem de embalagens de agro defensivos. No país, há mais de 20 anos é realizado o sistema de logística reversa que garante a destinação correta para as embalagens utilizadas no campo, que ao serem recicladas acabam se transformando em itens utilizados na construção civil, como eletrodutos.
A reciclagem das embalagens de defensivos em Mato Grosso é o tema do episódio 12 do MT Sustentável desta semana.
Em Mato Grosso existem hoje 34 centrais de recebimento de embalagens de agro defensivos. Nelas são feitas a separação por tipo de plástico e depois as embalagens são prensadas. Conforme Sidnei Schaffer, engenheiro agrônomo e responsável técnico pela central localizada em Campo Novo do Parecis, a maior concentração de recebimento ocorre entre os meses de janeiro e julho.
“O que era problema na propriedade virou solução e hoje somos exemplo para outros setores que precisam fazer a logística reversa, o gerenciamento dos resíduos sólidos”, comenta Schaffer.
Na propriedade em que o gestor de suprimentos Douglas Chiamulera trabalha, localizada na região do Chapadão do Parecis, um local exclusivo foi construído para guardar as embalagens, todo cercado com tela para evitar a entrada de animais ou aves, como indica a legislação.
As embalagens, pontua Chiamulera, ficam armazenadas no local até serem levadas para a central de coleta. “A gente acaba já rasgando, perfurando a embalagem, até mesmo para evitar a reutilização. A embalagem química aqui na nossa propriedade é feita a tríplice lavagem e dado o descarte correto que é necessário pra ela”.
Cada elo da cadeia produtiva tem uma responsabilidade
Essa logística reversa, chamada de Sistema Campo Limpo, é gerida pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InPev). Cada elo da cadeia produtiva tem uma responsabilidade. Aos agricultores cabe, lavar, armazenar, devolver e comprovar a devolução. Às revendas e cooperativas providenciar e indicar o local de recebimento além de emitir comprovante de devolução.
Já para a indústria fabricante, a responsabilidade é retirar as embalagens das unidades de recebimento e dar correta destinação final. E por fim o poder público que é quem fiscaliza o cumprimento das responsabilidades e licencia as unidades de recebimento.
Desde que iniciou em 2002, já foram recolhidas aproximadamente 700 mil toneladas de embalagens em todo o país. Mato Grosso é o estado que mais recolhe, responde por 25% do total. No ano passado foram recolhidas 14,7 mil toneladas.
Do campo à construção civil
Quando chegam na indústria as embalagens passam por nova lavagem, depois são trituradas e transformadas em pellets, que é esta resina granulada. É ela que abastece as máquinas corrugadoras para fabricação dos eletrodutos de vários tamanhos, produzidos em uma indústria localizada em Cuiabá.
Antes de serem comercializados passam por vários testes para ver se estão de acordo com as normas da ABNT.
Na indústria, localizada em Cuiabá, todos os processos são sustentáveis. A água é 100% reutilizada. A energia elétrica é oriunda de fontes renováveis e o carbono é neutralizado através do plantio de árvores. O cuidado com o meio ambiente virou case de sustentabilidade e foi mostrado ao mundo na COP26, realizada em 2021 na Escócia.
“Nós optamos pela diferenciação do produto, que é a sustentabilidade. Para nós, uma empresa de Mato Grosso, de médio porte, foi uma relevância muito grande mostrar que Mato Grosso trabalha com sustentabilidade”, pontua o diretor da Plastibras, Adilson Valera Ruiz.
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Fonte: canalrural