No painel “Iniciativas setoriais para mudança de sistemas”, Bier abordou a importância de um esforço conjunto entre produtores, empresas e organizações para transformar a agricultura mundial. Ele destacou o sucesso do Programa Soja Legal, uma das principais iniciativas da entidade, que busca assegurar a conformidade dos produtores associados com as normas ambientais e sociais.
Ao longo da sua fala, o vice-presidente foi questionado sobre o impacto da queda da moratória da soja, especialmente em relação a redução do desmatamento. Bier explicou que a redução do desmatamento não pode ser atribuída exclusivamente à moratória, mas a uma questão de viabilidade econômica e interesse dos próprios produtores que buscam investir em tecnologia para melhorar a produtividade na área que já utilizam.
Para o vice-presidente da Aprosoja-MT, Luiz Pedro Bier, é necessário analisar as premissas certas para conseguir tirar conclusões mais assertivas. “Quando a gente analisa algo com as premissas erradas, obtemos informações e resultados errados. Não existiu queda de desmatamento por causa da Moratória. A grande questão é que, no Brasil, ninguém gosta de abrir floresta. É muito mais viável abrir uma área de pastagem, que já é aberta. Nós não temos o objetivo de desflorestar porque financeiramente não é econômico”, declara.
Ele criticou a falta de comunicação entre as políticas ambientais e a realidade dos produtores brasileiros, alertando que as medidas que não consideram as necessidades e as condições do setor são ineficazes. “Existem algumas atitudes e ações que são tomadas aqui que não conversam com o produtor brasileiro, e essas ações não vão funcionar. A moratória da soja é uma delas”, ressalta.
A entidade buscou estabelecer parcerias e medidas de apoio financeiro para que os programas de produção sustentáveis, como o Soja Legal, possam continuar. O vice-presidente reforçou que os custos de produção são elevados e que as soluções precisam ser justas e sustentáveis para todos os envolvidos.
“Nós não podemos abrir mão de ganhar dinheiro para sustentar pequenas cidades, cidades que estão no coração da floresta. Eu, por exemplo, moro em uma cidade de 10 mil habitantes que não tem acesso asfáltico. A gente tem que pensar que para fazer coisas boas para o coletivo, não tem como individualmente o produtor pagar isso”, concluiu.
A participação da Aprosoja-MT na conferência reafirma o compromisso da entidade com a produção responsável e a preservação do meio ambiente, destacando o papel de Mato Grosso como um dos maiores produtores de soja do mundo. Representando mais de 8,8 mil produtores, a Aprosoja-MT segue buscando ampliar sua atuação nas discussões internacionais para defender os interesses dos produtores mato-grossenses e atender às demandas do mercado global por uma agricultura cada vez mais sustentável.
Fonte: leiagora