O deputado federal formalizou uma notĂcia-crime, nesta quinta-feira, 15, contra ClarĂcio Gonçalves, presidente da Vai-Vai. No documento, enviado ao MinistĂ©rio PĂșblico de SĂŁo Paulo, o parlamentar acusa a escola de samba de fazer apologia de crime.
Apresentando o enredo âCapĂtulo 4, VersĂculo 3 â Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistanoâ, a escola de samba abordou como tema a âmarginalizaçãoâ de artistas ligados ao hip hop. Em uma das alas, a Vai-Vai trouxe pessoas fantasiadas de policiais do BatalhĂŁo de Choque, da PolĂcia Militar, usando chifres e asas vermelho alaranjadas, fazendo alusĂŁo a demĂŽnios.
Para Bilynskyj, a escola de samba cometeu âinjĂșria contra a classe policial e apologia ao crimeâ. âFantasiar policiais como demĂŽnios, associando-os a caracterĂsticas negativas, pode perpetuar estereĂłtipos prejudiciais e desvalorizar a importĂąncia de seu papel na sociedadeâ, afirmou o parlamentar. âĂ compreensĂvel que manifestaçÔes culturais, como o Carnaval, envolvam sĂĄtira e crĂtica social. Mas Ă© crucial considerar a sensibilidade e respeito de determinadas representaçÔes, especialmente aquelas relacionadas a profissĂ”es que desempenham um papel vital na sociedade, como os policiais.â
Na denĂșncia, o deputado ainda solicita a instauração de um procedimento investigatĂłrio criminal para apurar a suposta ligação entre a escola de samba com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
âTramita sob sigilo na Justiça de SĂŁo Paulo um processo que investiga a suposta ligação da Vai-Vai com o PCCâ, escreveu o parlamentar, em nota. âUm dos investigados Ă© o ex-diretor financeiro e atual conselheiro da agremiação, Luiz Roberto Marcondes Machado de Barroso. InformaçÔes dĂŁo conta de que ele emprestou R$ 300 mil Ă agremiação para o Carnaval de 2022.â
Bilynskyj destacou tambĂ©m que vai apresentar um pedido de convocação do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, para esclarecimentos. Este Ășltimo participou do desfile da escola de samba neste ano.

A escola de samba fez uma sĂ©rie de emprĂ©stimos para participar do desfile de Carnaval em 2022. Um dos credores Ă© Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, apontado pela polĂcia como um dos chefes do PCC.
Barros é conhecido como Beto Bela Vista e é ex-diretor da Vai-Vai. Ele emprestou R$ 300 mil para a escola de samba concorrer, segundo um dos processos de lavagem de dinheiro que tramitam na Justiça de São Paulo contra ele.
Fonte: revistaoeste