O em São Paulo tem como liderança um indiciado por associação ao tráfico e organização criminosa. Tarcísio Escobar de Almeida também foi associado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, nesta quarta-feira, 29.
O investigado foi nomeado presidente estadual do partido em 18 de março deste ano, mas foi desligado oficialmente três dias depois. No entanto, Escobar continua a se apresentar como líder da legenda e a participar de eventos políticos.
Ele tem firmado alianças em várias cidades do Estado. Essas informações foram apuradas pelo Estadão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na Polícia Civil de São Paulo e no Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
O indiciamento de Tarcísio Escobar ocorreu em julho de 2023, depois da apreensão de documentos que indicavam sua ligação com o PCC.
A Polícia Civil confirmou o indiciamento e informou que as investigações ainda estão em andamento. Além disso, Escobar já foi condenado em primeira instância por estelionato em Poá e enfrenta acusações semelhantes em Barueri, ambas na Grande São Paulo.
Embora não figure na lista de filiados do PRTB e tenha o título eleitoral suspenso, Escobar continua a atuar em nome do partido. Nesta quarta-feira, 29, ele publicou imagens de encontros com pré-candidatos em cidades como Olímpia e Catanduva.
A participação de Tarcísio Escobar em eventos, inclusive em sedes municipais do PRTB, tem gerado questionamentos sobre sua real influência dentro da legenda.
Em fevereiro deste ano, Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, assumiu a presidência nacional do PRTB. Ele não explicou por que Escobar foi nomeado e depois retirado da presidência estadual, mas afirmou que não tem muito contato com ele.
“Não, não fiquei ciente, desconheço o indiciamento de Escobar”, disse Avalanche. “Mas ele se apresenta como presidente? Ele não está ativo no partido. Não tenho muito contato. Vi ele em alguns eventos, mas igual vejo outros em todos os Estados também. A gente não definiu um grupo e sou recente na direção.”
Na última sexta-feira, 24, o empresário Pablo Marçal foi anunciado como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB. Porém, Marçal, por meio de sua assessoria, limitou-se a afirmar que a informação sobre Escobar estava equivocada e não respondeu se sabia do indiciamento. Escobar, seu advogado e o PRTB estadual não atenderam aos contatos do Estadão.
Em março, uma semana depois de deixar oficialmente a presidência do PRTB, Escobar encontrou-se com o vice-prefeito de Santo André, Luiz Zacarias (PL), e o deputado federal Fernando Marangoni (União-SP).
O encontro foi publicado no Instagram de Zacarias, e Escobar foi apresentado como “presidente estadual do PRTB em São Paulo”. Marangoni, ao ser procurado, disse que acionou o jurídico do União Brasil e que o PRTB não fará mais parte da coligação.
“É importante ressaltar que tive um único encontro com então presidente, Tarcísio Escobar, em março último”, disse o deputado Marangoni. “Para tratar do apoio do PRTB para as pré-candidaturas que apoiamos.”
Ainda em abril, Escobar participou de eventos em São Bernardo do Campo, quando declarou apoio ao pré-candidato Marcelo Lima (Podemos). Fotos publicadas nas redes sociais do vereador Ivan Silva mostram Escobar ao lado de Leonardo Avalanche e outras lideranças do PRTB. Jornais locais também o apresentaram como presidente estadual do partido.
Em entrevista ao portal Rede Cidade Live, de Guarulhos, Escobar foi apresentado como dirigente estadual do PRTB e não negou o cargo. Encontros políticos no interior de São Paulo também foram registrados. Mesmo com seu desligamento oficial, Tarcísio Escobar continua a movimentar-se nos bastidores da política paulista.
Fonte: revistaoeste