A idosa Amância de Souza Ramos, dona de casa de 93 anos, estava entre os 12 pacientes que tiveram as cirurgias eletivas – aquelas que são agendadas – suspensas na terça-feira (20), conforme anunciado pela MedTrauma, empresa que presta serviços de ortopedia e traumatologia em hospitais de Cuiabá e do interior.
Porém para a felicidade da família, os procedimentos foram retomados e a cirurgia está marcada para esta quinta-feira (21).
Amância aguarda há 11 dias no HMC (Hospital Municipal de Cuiabá), por uma operação no colo do fêmur. A cirurgia estava marcada para terça mas foi remarcada para ser feita justamente no dia em que dona Amância celebra seu aniversário de 94 anos, quinta-feira (21).
Suspensão de cirurgias
A justificativa da MedTrauma para a suspensão, não apenas das 12 cirurgias, como também de 72 consultas (consideradas não urgentes) era de que cumpria decreto municipal, publicado na segunda-feira (20) pela Prefeitura de Cuiabá.
No entanto, de acordo com o município, o decreto não suspende as cirurgias e sim o fornecimento de OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Especiais), e notificou a empresa. A prefeitura disse ainda que a partir do contrato firmado com outra empresa que distribui esses materiais, a MedTrauma deve continuar realizando as cirurgias.
No fim da tarde de terça, a MedTrauma informou que as cirurgias eletivas e as consultas seriam retomadas nesta quarta-feira (21).
Em nota à reportagem, a ECSP (Empresa Cuiabana de Saúde Pública) afirma que não houve cancelamento de cirurgia ortopédicas no HMC, apenas reagendamentos e que além de cirurgias de urgência e emergência, dois procedimentos foram realizados na terça.
A Empresa Cuiabana informou ainda que está em diálogo com o MPMT para a contratação emergencial de uma nova empresa para atender a demanda de cirurgias ortopédicas e OPMEs e que, paralelo à isso, está em andamento procedimento licitatório para a contratação de nova empresa em caráter definitivo.
Fraudes de contratos médicos
Esta semana, a prefeitura da capital e o governo estadual cancelaram contratos com uma empresa acusada de fraudar licitações e contratos de serviços médicos. Em ambas as esferas a contratação foi feita por meio de Atas de Registro de Preço, sem a realização de licitação.
Entre as irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União, por meio da Unidade de Auditoria Especializada em Contratações, estão diversos indícios de comercialização ilegal da medicina, falta de autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e superfaturamento.
As acusações, que resultaram na rescisão dos contratos, são pautadas por investigações já em andamento no âmbito do MPMT (Ministério Público de Mato Grosso) e da Polícia Civil.
Os contratos firmados entre a Prefeitura de Cuiabá e o Governo do Estado, com a empresa de gestão em saúde MedTrauma, estão sendo apurados pelo TCE-MT (Tribunal de Contas de Mato Grosso) sob suspeita de ilegalidades nos documentos.
Fonte: primeirapagina