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Dezembrite: quando a alegria das festas se transforma em tristeza profunda

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Fim de ano é sinônimo de festas, décimo-terceiro no bolso, viagens e muita curtição com os amigos e família. Mas nem tudo são flores. Esse clima de celebração generalizado também é terreno fértil para o cansaço, a depressão e a ansiedade, apontam especialistas. Os motivos são os mais variados: solidão, tristeza, a rotina corrida de quem leva a vida na velocidade 2.0.

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Movimento Na Região Central De Campo Grande. (Foto: Edmar Melo)

Dezembrite?

O turbilhão de sentimentos associados aos sintomas emocionais, mentais, depressivos e ansiosos no mês de dezembro tem até um nome, que é para lá de sugestivo: dezembrite.

É possível lidar com essa síndrome de final de ano, adotando algumas práticas simples.

Evitar a autocobrança, fazer de lazer, se permitir descansar e planejar o futuro com calma estão entre os “antídotos” para essa sensação de angústia. A ajuda profissional também é crucial diante do agravamento dos sintomas da depressão.

“Chega no final do ano e a gente já está bem desgastada, o corpo já está pedindo um descanso”, comenta a professora Fernanda Bonardo.

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Professora Fernanda Bonardo. (Foto: Edmar Melo)

O segurança Tiago Vilalba atribui à rotina intensa de trabalho a fadiga típica dessa época do ano.

“Acho que é muito trabalho, a gente não descansa a mente direito. Tem que relaxar para ver se esse cansaço vai embora, não é?”, sugere.

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Tiago Vilalba. (Foto: Edmar Melo)

O corpo fala

Mas e até que ponto a sensação de cansaço pode prejudicar a nossa saúde? A psiquiatra Graziela Michelan explica que o nosso corpo reage negativamente a tanta pressão.

“Mesmo que elas já tenham descansado em alguns feriados no mês de setembro, outubro, novembro, as pessoas ainda têm essa sensação de cansaço por conta das metas que a gente precisa atingir até o final do ano. Na verdade, a correria do dia a dia, a demanda alta que nós temos no dia a dia, gera no nosso sistema nervoso central uma inflamação e um aumento do cortisol, e isso gera um cansaço. Realmente é muito danoso, podendo gerar até uma ansiedade generalizada, um Burnout, uma depressão”.

Graziela Michelan, psiquiatra

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Psiquiatra Graziela Michelan. (Foto: Edmar Melo)

Na opinião da psicóloga clínica Thaís Marcela Jaymes, a autocobrança é uma das principais culpadas pela “síndrome de final de ano”.

“As pessoas chegam no final de ano sob uma pressão muito grande, se questionando sobre o que fizeram, como foi o ano, sobre as metas que não conseguiram alcançar, como se o fim de ano fosse um parâmetro para ele ter conseguido alguma coisa. Essa pessoa não pode se cobrar tanto, ela tem que entender que é a finalização de um ano, mas que não de um um ciclo da vida dela, que ela pode continuar tentando”

Thaís Marcela Jaymes, psicóloga

Thaís também explica que é importante respeitar os próprios limites. Há quem não goste do fim de ano e está tudo bem.

“Cada pessoa deve buscar a melhor forma de lidar com esse mal-estar, mas as pessoas têm dificuldade até de lidar com essas questões por conta da própria sociedade que às vezes quer impor que ela tem que estar no clima de Natal, tem que estar o tempo todo como se ela tivesse a obrigação de sentir o que as outras pessoas estão sentindo. Tem gente que simplesmente não gosta do final de ano e isso deve ser mais naturalizado”, completa Thaís.

Se planeje

Em meio à série de fatores que agravam a frustração de não ter alcançado todas as metas estabelecidas ao longo dos últimos 12 meses, estão as questões financeiras. Na opinião do economista Eduardo Matos, o para sair do vermelho no começo do ano, é o planejamento.

“É preciso saber quais são as entradas e quais as saídas de dinheiro, os principais custos do orçamento familiar e pessoal. E esse planejamento deve ser sistematizado, é importante que a pessoa tenha um controle disso. Pode ser na ponta do lápis, por meio de uma planilha de Excel, do Google. Hoje em dia também há uma série de aplicativos com cálculos pré-programados, por onde fica bem mais fácil fazer esse controle de gastos”.

Eduardo Matos, economista

O especialista também orienta que o dinheiro extra que entra no mês de dezembro, por conta das férias ou do décimo terceiro, por exemplo, não seja gasto exclusivamente com o lazer, mas também no pagamento das dívidas.

“É interessante utilizar esse para renegociar dívidas e até mesmo aquelas que não estão em atraso, mas que estão cobrando juros. É interessante fazer a amortização para deixar de pagar juros. Para quem deseja investir, o primeiro passo é deixar de pagar juros”, acrescenta.

Tem que economizar

Também é crucial maneirar nos gastos desnecessários, durante o mês de dezembro, para não passar a virada do ano com o saldo bancário no negativo, indica Eduardo.

“Tem sempre uma opção de presente mais barato em algum outro local. Ainda dá tempo de comprar pela internet, por exemplo, que a depender do frete pode ser uma melhor opção. É importante controlar os gastos, porque em janeiro, fevereiro, já tem o material escolar, o IPVA, o IPTU, então é importante gastar já ciente desse futuro próximo. Dezembro é um mês para pensar como gastar de maneira inteligente”.

Eduardo Matos, economista

Saiba onde procurar apoio emocional

Em Campo Grande diversas instituições prestam apoio a quem está passando por uma crise emocional.

Confira os contatos, abaixo:

  • GAV ( Amor Vida) 

Ele presta apoio emocional gratuito por telefone 0800-750-554, das 7h às 23h, inclusive sábados, domingos e feriados.

  • CVV (Centro de Valorização da Vida)

Outra entidade que oferece serviço de apoio emocional e prevenção ao suicídio, com atendimento 24h todos os dias. É gratuito e sob total sigilo.

  • Caps (Centros de Atenção Psicossocial)

    Confira aqui a lista das unidades de saúde mental mantidas pela prefeitura de Campo Grande.

Lembrando que, diante da ou revelação sobre a intenção do suicídio, ligar imediatamente para o Samu, no 192, ou procurar as unidades de saúde 24hs.

Fonte: primeirapagina

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