Cerca de 340 pessoas foram presas na Rússia por participarem de vigílias em homenagem ao líder opositor Alexei Navalny. Ele morreu em circunstâncias misteriosas nesta sexta-feira 16 no presídio de segurança máxima de Kharp, na Sibéria.
O número de pessoas presas foi divulgado pela , ONG de monitoramento de direitos humanos. As detenções ocorreram entre sexta-feira e este sábado, 17.
As prisões aconteceram em dez cidades. O maior número delas foi registrado em São Petersburgo: 109 pessoas. Em Moscou, foram 39 detidos.
A polícia russa considerou as vigílias ilegais. A Procuradoria de Moscou havia feito um alerta contra as concentrações. Na maior parte dos casos, os apoiadores de Navalny apenas depositaram flores junto a monumentos às vítimas do sistema soviético de campos de prisioneiros, o Gulag.
Esse não foi o primeiro caso de prisões em manifestações em favor do opositor russo. Em 2021, milhares de pessoas foram presas por causa de protestos.
Em São Petersburgo, um padre foi preso depois de anunciar que rezaria uma missa para Navalny. A Igreja Ortodoxa, no entanto, veio a público e disse que o religioso não era seu integrante.
O jornal independente Novaia Gazeta, que foi fechado e agora opera on-line na Europa, anunciou a transmissão pelo Youtube de uma missa ortodoxa em memória do ativista.
Seu editor-chefe, Dmitri Muratov, disse chamou de “assassinato” o falecimento do opositor de Putin.
Liudmila, mãe de Navalny, visitou neste sábado a colônia penal onde seu filho morreu. Ela enfrentou temperaturas de – 30ºC. Segundo a assessora dela, Kira Iarmich, Liudmila foi informada que seu filho morreu às 14h17, no horário local.
“Quando a advogada e a mãe chegaram à colônia, receberam a informação de que a causa da morte de Navalny foi síndrome da morte súbita”, disse Ivan Zhdanov, que dirige a Fundação Anticorrupção de Navalny, em postagem no Twitter/X. Síndrome da morte súbita é um termo vago para diferentes problemas no coração, que causam parada cardíaca e morte.
De acordo com a equipe de Navalny, não há informações sobre onde está o corpo do opositor russo. Sua mãe havia sido informada que o corpo estava em Salekhard, cidade próxima ao presídio.
Contudo, quando chegou ao necrotério, ele estava fechado. O advogado do ativista foi informado pela instituição que o corpo não estava ali.
Fonte: revistaoeste